BC: Política Monetária Restritiva é Desejada e Necessária, Afirma Diretor

Diretor do BC, Nilton David, afirma que política monetária restritiva é desejada e necessária para controlar a inflação e atingir metas.
política monetária restritiva — foto ilustrativa política monetária restritiva — foto ilustrativa
Sede do Banco Central em Brasília 22/03/2022. REUTERS/Adriano Machado

O Banco Central (BC) compreende a necessidade de manter uma política monetária mais restritiva do que em ciclos anteriores, e essa postura é desejada pelos dirigentes da instituição. A afirmação foi feita pelo diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, durante um evento do UBS BB em Washington.

Segundo David, o nível atual das taxas de juros é o que “nos colocará no caminho certo”. Ele destacou que os dados econômicos recentes têm se alinhado às expectativas do BC, mas ressaltou a necessidade de mais informações e tempo para analisar o comportamento da economia.

Diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David
Nilton David, Diretor de Política Monetária do BC, defende a manutenção de juros altos.

Contexto da Política Monetária

O diretor relembrou questionamentos sobre a eficácia da política monetária no fim de 2024 e a possibilidade de a economia brasileira estar em dominância fiscal, um cenário que o BC, segundo ele, nunca considerou.

Diante disso, David explicou que o BC optou por ser mais restritivo “além do que seria necessário de outra forma”. Ele enfatizou: “Nós acreditamos que estamos mais restritivos do que em ciclos anteriores… e queremos continuar assim, e ver os efeitos defasados na economia. Esta é a fase em que estamos agora”.

Sede do INSS em Brasília.
Decisões do INSS visam cessar irregularidades.

Expectativas de Inflação e Cenário Fiscal

Na sua decisão mais recente, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano e sinalizou a intenção de conservá-la nesse patamar por um “período bastante prolongado”, visando conduzir a inflação para a meta contínua de 3%.

David expressou a expectativa de que as projeções de inflação do Mercado, atualmente registradas no boletim Focus, converjam para a meta do BC nos próximos meses. Atualmente, as previsões apontam para uma inflação de 4,72% em 2025, 4,28% em 2026 e 3,90% em 2027, todas acima do centro da meta de 3%.

O diretor do BC apontou as questões fiscais como um dos motivos para o descolamento das expectativas de mercado em relação à meta. Ele também comentou que a decisão do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de quitar precatórios represados, conforme previsto pela PEC dos Precatórios de 2021, impactou a política monetária.

Impacto de Tarifas Comerciais

Em relação aos recentes atritos comerciais entre Estados Unidos e Brasil, Nilton David afirmou que, embora as tarifas impostas pelos EUA afetem setores específicos da economia, seus efeitos em nível macroeconômico não são considerados relevantes.

Fonte: InfoMoney

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