BC: Diretor descarta reagir a ruídos de dados; foca em convergência

Diretor do BC, Nilton David, descarta reagir a ‘ruídos’ em dados econômicos, priorizando análise de longo prazo e convergência. Entenda.
Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central, em evento nos EUA, discutindo dados econômicos e a não reação a ruídos. Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central, em evento nos EUA, discutindo dados econômicos e a não reação a ruídos.

O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Nilton David, afirmou que a autoridade monetária está avaliando os efeitos da política monetária na economia. Segundo ele, os dados econômicos observados até o momento estão alinhados com as projeções.

“No momento, estamos em um período bastante prolongado esperando para ver os efeitos da política monetária que acumularam em um período bem limitado de tempo e também porque você tem os efeitos defasados diferentes em cada setor. Os dados que temos visto estão em linha com o que planejamos até agora”, declarou David durante um evento promovido pelo UBS BB em Washington, nos Estados Unidos. Ele enfatizou que o BC não pode e não irá reagir a flutuações pontuais nos dados, focando em uma análise do conjunto acumulado.

Firmeza e Serenidade na Tomada de Decisão

O diretor relembrou os termos “firmeza” e “serenidade”, destacados na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Precisamos de serenidade, porque em momento de inflexão de atividade ou redução de crescimento, você começa a ver sinais mistos.” David ressaltou que o BC está convicto da necessidade de aguardar um período mais extenso para garantir a convergência das métricas econômicas. “Claro, se as coisas acontecerem mais rápido do que o esperado, vamos reagir. No mesmo tom, se entendermos que as coisas não estão convergindo e, na verdade, há risco de divergência, também vamos reagir”, explicou.

Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central, em evento nos EUA.
Diretor de política monetária do BC, Nilton David, participou de evento em Washington.

Incertezas e o Câmbio

David expressou satisfação por não ter que prever o início do ciclo de cortes de juros, dada a alta incerteza. Ele afirmou que o Banco Central possui um plano, mas que seria impossível adivinhar o momento exato. Questionado sobre a possibilidade de um impulso na atividade econômica em 2026, o diretor reiterou que o BC não especula sobre cenários futuros e que qualquer percepção generalizada sobre novidades econômicas se refletiria no relatório Focus.

Abordando a questão cambial, David lembrou que o BC não possui meta para a taxa de câmbio, que é flutuante. Ele observou uma recente apreciação do real, retornando a patamares de 15 meses atrás. “As taxas [de juros] não estão aqui para o câmbio e não temos nenhuma meta para o câmbio”, concluiu.

Fonte: Valor Econômico

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