Azul prevê fim da recuperação judicial nos EUA em fevereiro com dívida menor

Azul planeja sair da recuperação judicial nos EUA em fevereiro, com endividamento projetado de 2,5 vezes sua geração de caixa. Veja detalhes do plano.
Azul recuperação judicial — foto ilustrativa Azul recuperação judicial — foto ilustrativa

A Azul estima concluir seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11, em fevereiro. A companhia aérea brasileira projeta encerrar este período com um endividamento de 2,5 vezes sua geração de caixa, uma melhora significativa em relação ao indicador de 5,2 vezes apresentado em maio, quando o pedido foi protocolado.

O plano de negócios atualizado, divulgado pela Azul, detalha as projeções para a saída do processo. A companhia busca se apresentar como uma empresa “significativamente mais saudável”, com dívidas gerais menores, passivos de arrendamento e pagamentos reduzidos. Em maio, as dívidas da Azul já haviam crescido 50% em um ano, atingindo R$ 31 bilhões.

Por que a recuperação judicial nos EUA?

Apesar de ser uma empresa brasileira, a Azul optou por solicitar proteção contra credores nos Estados Unidos devido à maior agilidade, mecanismos de financiamento mais robustos, menor burocracia e expertise do país no setor aéreo. Essa estratégia já havia sido adotada anteriormente por outras companhias aéreas brasileiras, como a Latam e a Gol, após a pandemia de COVID-19.

O CEO da Azul, John Rodgerson, destacou que o processo permitiu à empresa chegar a acordos com os principais stakeholders, resultando na redução substancial da dívida e alavancagem, aumento do fluxo de caixa livre e o estabelecimento de parcerias estratégicas de longo prazo. “O plano que apresentamos hoje mostra esses resultados positivos e estamos extremamente entusiasmados para preparar a Azul para o futuro”, afirmou.

Projeções financeiras pós-recuperação

As projeções da Azul indicam que a alavancagem ajustada, que estava em 4,9 vezes no segundo trimestre de 2025, deve cair para 2,5 vezes em fevereiro de 2026, ao final do Chapter 11. A expectativa é que o indicador continue a diminuir, atingindo 1,5 vez em 2027, 1,2 vez em 2028 e 0,8 vez em 2029.

A liquidez disponível ajustada da companhia deve alcançar US$ 536 milhões em fevereiro de 2026, crescendo para US$ 1,1 bilhão em 2027, US$ 1,6 bilhão em 2028 e US$ 1,9 bilhão em 2029. O passivo de arrendamento de aeronaves, estimado em US$ 2,2 bilhões ao final do processo, representa uma queda de 32,9% em comparação com o Orçamento pré-petição.

A companhia também prevê uma economia de Custos de R$ 747 milhões proveniente de melhorias de produtividade e contratos já firmados, com potencial para uma economia adicional de R$ 160 milhões.

Resultados preliminares e revisões

As prévias dos resultados da Azul apresentaram números ligeiramente abaixo das expectativas anteriores. A geração de caixa ajustada, excluindo itens não recorrentes, ficou em R$ 1,9 bilhão, 0,9% a menos que o previsto em julho. A Receita operacional líquida somou R$ 5,7 bilhões, 1,7% abaixo do projetado.

No entanto, as despesas operacionais foram R$ 79,3 milhões menores que o previsto, totalizando R$ 4,5 bilhões, mesmo com o aumento de 2,7% no preço do combustível e maiores despesas de contingência com clientes. A empresa ajustou para baixo suas projeções de crescimento anual composto (CAGR) para receita e geração de caixa ajustada entre 2025 e 2029.

A projeção para a CAGR de receita caiu de 7,4% para 5,8%, e para a geração de caixa, de 12,2% para 9,3%. A projeção para o crescimento da capacidade, medida por assentos por quilômetro oferecidos, foi mantida em 3,4%. A Azul destacou um plano otimizado de frota e malha, com um mix de aeronaves ajustado e menor capacidade no curto prazo, priorizando hubs com forte presença e a malha Internacional.

Fonte: Estadão

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