Azul: Plano de Recuperação Judicial Melhora Liquidez, Mas Diluição Assusta

Azul atualiza plano de recuperação judicial, melhora liquidez e alavancagem. No entanto, forte diluição de ações impede otimismo. Saiba mais.
Plano de Recuperação Judicial Azul — foto ilustrativa Plano de Recuperação Judicial Azul — foto ilustrativa

A Azul (AZUL4) divulgou uma atualização em seu plano de negócios, parte do processo de recuperação judicial sob o Chapter 11 nos Estados Unidos. O plano apresenta projeções operacionais marginalmente reduzidas, mas melhora significativamente a liquidez da companhia aérea após a reestruturação.

A companhia espera concluir o Chapter 11 até fevereiro de 2026, com uma alavancagem projetada em 2,5 vezes dívida líquida/EBITDA, inferior às 3,0 vezes estimadas anteriormente. O JPMorgan destaca o avanço dentro do cronograma previsto e a preparação para sair do processo com uma posição de liquidez sólida.

Avião da Azul em voo, simbolizando a recuperação da companhia aérea.
Recuperação judicial da Azul avança com foco em liquidez.

Revisão do Plano de Negócios e Impacto nos Acionistas

No entanto, o JPMorgan alerta que as emissões e conversões de ações esperadas, totalizando até US$ 2,8 bilhões, devem resultar em uma diluição expressiva para os acionistas atuais, o que impede um otimismo generalizado.

O Bradesco BBI, por sua vez, manteve recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 0,50, citando a pouca clareza sobre a diluição para os acionistas existentes. O JPMorgan também reiterou recomendação underweight (abaixo da média do Mercado), equivalente à venda, para as ações da Azul.

Analistas do BBI observaram sinais positivos sobre a posição financeira da Azul após a saída da RJ, com destaque para a otimização da frota e a eficiência de Custos. Espera-se que o crescimento do EBITDA melhore mesmo com menor crescimento do ASK (assentos-quilômetro oferecidos), e as renegociações de leasing prometem um fluxo de caixa mais estável.

Gráfico de desempenho de ações da Azul (AZUL4) em alta, mas com ressalvas.
Ações da Azul apresentam volatilidade em meio a atualizações do plano.

Projeções Operacionais e Financeiras Atualizadas

O plano atualizado inclui uma revisão negativa nas projeções de ASK para 2026, com estimativa de 50,8 bilhões, 2% abaixo das projeções anteriores. O RASK (Receita por assento-quilômetro) e o CASK (custo por assento-quilômetro) para 2026 foram revisados para cima em 3% e 1,5%, respectivamente.

O EBITDA foi reduzido em 3%, projetado em R$ 7,78 bilhões, mas ainda acima das estimativas do JPMorgan. Para 2027, o ASK deve ficar estável em 52,7 bilhões. O EBITDA projetado para 2027 também foi ajustado para baixo em 3%, totalizando R$ 8,37 bilhões.

A empresa ajustou suas projeções de crescimento, com o CAGR da receita reduzido para 5,8% (de 7,4%) e o EBITDA para 9,3% (de 12,2%), refletindo a redução no crescimento do RASK e CASK.

Próximos Passos e Aprovações Regulatórias

A administração da Azul reforça que a saída do Chapter 11 está prevista para o primeiro trimestre de 2026. A expectativa é que o plano de negócios seja aprovado judicialmente em dezembro, restando apenas as aprovações regulatórias das autoridades brasileiras.

Fonte: InfoMoney

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