A Argo Energia, joint venture entre o Grupo Energía Bogotá (GEB) e a Red Eléctrica de España, anunciou a emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de R$ 1,7 bilhão. Os recursos serão destinados a reforçar a estrutura de capital, financiar projetos de expansão e melhorias no sistema de transmissão e dar suporte a futuras oportunidades de aquisição, em linha com a estratégia de crescimento sustentável da companhia.
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A operação recebeu rating AAA (escala nacional) da Moody’s Local Brasil, com perspectiva estável. Segundo a agência de classificação de risco, a nota reflete a solidez financeira e a previsibilidade de seu fluxo de caixa, sustentado por um portfólio 100% composto por ativos operacionais e concessões de longo prazo.
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Estrutura da Captação e Demanda
As debêntures foram distribuídas em três séries, com prazo de vencimento entre 5 e 10 anos, e remuneração vinculada a 100% da taxa CDI, acrescida de spread entre 0,50% e 0,80% ao ano. O processo de coordenação da oferta foi conduzido por BTG Pactual, Itaú BBA e Santander. O “bookbuilding” registrou forte demanda, com ofertas que superaram em 34% o valor inicial da emissão, atingindo 1,34 vez o montante ofertado.
Objetivos Estratégicos da Argo Energia
Em Entrevista, André Moreira, CEO da Argo Energia, destacou o caráter estratégico da captação, já que o setor de infraestrutura energética demanda investimentos robustos e de longo prazo. “Os recursos atendem múltiplas funções: ficam disponíveis para eventuais processos de M&A [fusões e aquisições], para financiar projetos de reforço e melhoria do sistema — dos 19 que apresentamos ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), 18 já foram aprovados — e também para o pagamento de dividendos aos acionistas”, explicou.
Trajetória e Portfólio da Empresa
A Argo Energia, com cinco anos de existência, vem consolidando sua presença no setor de transmissão. A companhia combina projetos desenvolvidos do zero com ativos adquiridos de outras operadoras, incluindo concessões do Patria, Rialma e Quantum (Brookfield). Com a captação, a alavancagem da empresa, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, sobe de 3,2 vezes para 5,3 vezes. Contudo, a empresa projeta que a alavancagem ficará abaixo de 4 vezes em até um ano e meio, devido à Receita Anual Permitida (RAP) combinada de R$ 1,8 bilhão para o ciclo 2025/2026 reajustada pelo IPCA.
Posição no Mercado e Futuro
Atualmente, a Argo detém o sexto maior portfólio de transmissão do Brasil, com nove concessões operacionais e prazo médio remanescente superior a 20 anos. A empresa opera mais de 4.150 km de linhas de transmissão e 34 subestações. O foco da Argo no curto prazo é consolidar as recentes aquisições, aprimorar as operações e buscar ganhos de eficiência, com apoio dos acionistas para expansão.
Fonte: Valor Econômico