As persistentes pressões sobre a taxa de câmbio continuam a afetar os mercados financeiros da Argentina. O Tesouro do país tem trabalhado para conter a desvalorização do peso argentino, com a diminuição dos recursos provenientes de um acordo especial de liquidação com exportadores agrícolas.
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Operadores do Mercado estimam que o Tesouro, sob a alçada do Ministério da Economia, tenha vendido mais de US$ 1,6 bilhão nos últimos seis pregões para sustentar a moeda local. O ministério, no entanto, não divulga publicamente suas operações de mercado.
“Esse número se torna ainda mais significativo, considerando que ainda há muitos pregões até as eleições deste mês”, destacou a consultoria Wise Capital. 
A consultoria acrescentou que, em apenas quatro dias de negociação, após a retirada quase completa dos exportadores agrícolas, o Tesouro já registrou uma perda de US$ 1,35 bilhão. Esse valor representa mais de 60% dos US$ 2,23 bilhões arrecadados com o esquema de imposto de renda com retenção zero.
Contexto Político e Eleitoral
As eleições de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro, são vistas como um teste crucial para o presidente Javier Milei. O atual mandatário enfrenta um cenário de apoio limitado no Congresso Nacional.
Busca por Apoio Internacional
Em uma tentativa de acalmar os mercados e aliviar a pressão sobre o peso, o ministro da Economia, Luis Caputo, encontra-se em visita aos Estados Unidos. O objetivo é delinear o apoio norte-americano, que pode incluir um acordo de swap cambial no valor de US$ 20 bilhões.
Os títulos internacionais em dólar também registraram quedas, com investidores aguardando detalhes sobre o suporte financeiro dos EUA.
Projeções Econômicas e Próximos Passos
“Após as eleições, é provável que uma nova estrutura seja introduzida, com uma taxa de câmbio mais livre e taxas de juros reais mais baixas. Isso daria suporte ao acúmulo de reservas e a rolagens mais sustentáveis da dívida do Tesouro”, analisou Roberto Geretto, economista da AdCap.
O peso argentino abriu o dia estável em 1.430 por dólar. A estabilidade foi sustentada por vendas em bloco, visando limitar a volatilidade. A moeda Argentina opera próxima ao limite superior de sua banda flutuante, o que, se ultrapassado, exigiria intervenção do Banco Central, com a venda de reservas internacionais.
“Os operadores estão observando atentamente as operações do Tesouro e estimando quanto espaço resta antes que o banco central precise intervir novamente, em torno da marca de 1.480 pesos”, comentou o economista Gustavo Ber.
Fonte: G1
