A Argentina formalizou nesta segunda-feira, 20 de maio, um acordo de financiamento com os Estados Unidos no valor de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 108,7 bilhões). A linha de crédito, operada via swap de moedas, tem como objetivo principal a estabilização cambial do país sul-americano.
Acordo de Estabilização Cambial
O acordo foi anunciado pelo banco central argentino e visa aprimorar a estabilidade macroeconômica, com foco particular na contenção da inflação e na promoção de um crescimento econômico sustentável. A iniciativa surge em um momento delicado para a economia argentina, marcado pela desvalorização contínua do peso e pela proximidade das eleições legislativas em 26 de outubro, um pleito crucial para o Governo do presidente Javier Milei.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também sinalizou apoio adicional, prometendo US$ 20 bilhões em fundos públicos e privados para auxiliar a Argentina a lidar com as flutuações do Mercado, condicionando a liberação a um bom desempenho eleitoral de Milei. Trump justificou a ajuda citando as dificuldades financeiras enfrentadas pelo país, afirmando: “Eles não têm dinheiro (…) estão lutando muito para sobreviver”.
Intervenção no Mercado e Críticas
Na semana passada, o Tesouro americano já havia demonstrado seu envolvimento ao intervir no mercado de câmbio argentino, com aquisições de pesos no mercado “blue chip swap” e à vista. No entanto, essa intervenção não foi suficiente para frear a escalada do dólar. O peso argentino já acumulava uma desvalorização de 7% em relação ao dólar desde 8 de setembro, data que marcou a derrota do partido governista nas eleições legislativas na província de Buenos Aires.
A participação dos Estados Unidos no controle cambial argentino gerou Críticas por parte da oposição. A ex-presidente Cristina Kirchner comentou em um comício: “A economia está sendo controlada remotamente pelos Estados Unidos”.
Eleições Legislativas e Agenda de Reformas
As eleições legislativas de 26 de outubro são fundamentais para Javier Milei. O objetivo do presidente é fortalecer seu apoio no Congresso para aprofundar sua agenda de reformas econômicas, que incluem as áreas trabalhista, tributária e previdenciária. Essas propostas enfrentam resistência de diversos setores da sociedade argentina.
Milei tem minimizado a importância de uma vitória expressiva em termos de votos, focando na necessidade de obter um terço do total para garantir a possibilidade de vetar medidas governamentais no Legislativo. Em declarações recentes, ele afirmou que um bom resultado eleitoral seria “aquele que me permite obter um terço dos votos para defender as medidas do governo”.
Fonte: Estadão