Correios em Crise: Governo Admite Risco de Aporte Emergencial

Governo Lula admite risco de aporte emergencial nos Correios até 2029 em documento enviado ao Congresso. Entenda a crise e as medidas.
Aporte emergencial Correios — foto ilustrativa Aporte emergencial Correios — foto ilustrativa

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu o risco de um aporte emergencial nos Correios. Em um documento enviado ao Congresso Nacional, a Secretaria do Tesouro Nacional aponta que a estatal brasileira enfrenta uma crise financeira com prejuízos crescentes, e o risco de necessitar de socorro do Tesouro se estende de 2025 a 2029.

A análise, classificada como de risco “possível” – indicando uma chance considerável –, foi enviada em setembro como complemento ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. O aporte emergencial ocorre quando o Tesouro Nacional destina recursos para cobrir necessidades de investimento ou outras despesas da estatal em virtude de problemas de caixa.

Contexto da Crise nos Correios

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem apresentado prejuízos consecutivos. Somente nos dois primeiros trimestres de 2025, o rombo atingiu R$ 4,37 bilhões. Essa situação financeira delicada contrasta com o passado recente, quando a empresa apresentava lucros.

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Uma das medidas em curso é a busca por um Empréstimo de R$ 20 bilhões junto a instituições financeiras, incluindo o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e bancos privados. Embora esse empréstimo possa mitigar a necessidade de um aporte direto do Tesouro, a possibilidade de intervenção governamental com dinheiro público não foi descartada.

Estratégias e Desafios Futuros

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, expressou em setembro uma “muita reticência” em relação a aportes diretos nos Correios, considerando a medida um “último caso”. No entanto, a análise do Tesouro Nacional detalha os fatores que levam ao risco: queda de Receita e demanda, desafios na inserção mercadológica e estratégica, e o custeio de benefícios aos empregados.

Para combater o agravamento da situação econômico-financeira, a estatal está implementando estratégias de aumento de receita, melhoria de gestão, programas de desligamento voluntário, otimização de processos e racionalização da estrutura. O relatório do Tesouro indica que, apesar das tentativas de recompor o fluxo de caixa e melhorar os resultados, o risco de aporte emergencial persiste devido à deterioração do resultado operacional.

Projeções Orçamentárias e Riscos

Os Correios acumularam déficits primários nos anos anteriores (R$ 440 milhões em 2023 e R$ 3,2 bilhões em 2024). Contudo, o governo projeta superávits para 2025 (R$ 841 milhões) e 2026 (R$ 1,9 bilhão), baseando o Orçamento da empresa nessas estimativas. Um resultado negativo nessas projeções futuras poderia agravar ainda mais o rombo da estatal.

Além dos Correios, a ANBPar também foi classificada com risco “possível” de aporte. Outras estatais, como o Banco do Nordeste, Casa da Moeda, Companhias Docas e Infraero, foram categorizadas com risco “remoto”, indicando uma probabilidade menor de necessitarem de intervenção financeira governamental.

Fonte: Estadão

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