O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio, avaliou positivamente o Calendário de concessões de rodovias promovido pela agência neste ano. Ele anunciou que, além dos lotes 4 e 5 no Paraná, previstos para outubro, a ANTT planeja realizar pelo menos mais 10 leilões de concessão de rodovias em 2026.
Sampaio destacou que os 14 leilões já realizados atraíram 10 novos players, incluindo operadores nacionais, fundos financeiros e o retorno de investidores estrangeiros. Para os próximos leilões, a expectativa é de atrair novos entrantes, tanto internacionais quanto nacionais, e incentivar a participação de operadores atuais que ainda não se engajaram em licitações.
Foco em Projetos Estratégicos e Expansão
Durante o evento Regulation Week FGV, no Rio de Janeiro, Sampaio citou a concessão da BR-116/324/BA (Rota 2 de Julho) como um dos projetos âncora. Para 2026, além das novas licitações no sul do país, estão previstas a conclusão das otimizações de contratos nos estados do Paraná e de Minas Gerais. 
Sampaio, que assumiu o cargo de diretor-geral após aprovação pelo Senado em agosto, também abordou a importância da autonomia orçamentária dos reguladores para mitigar os efeitos dos contingenciamentos impostos pela União.
Autonomia Orçamentária e Superávit da ANTT
“Vejo espaço para a discussão, sobretudo, com o olhar do Congresso Nacional, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do próprio Executivo. A agência contribui para o êxodo dos projetos de infraestrutura. Só em leilões exitosos são quase R$ 150 bilhões de valores contratados para execução nos próximos 10 anos. Somos superavitários”, afirmou Sampaio. Ele enfatizou que a independência desejada é financeira, visto que a autonomia administrativa e decisória já é realidade na agência.
Ferrovias e Corredores Logísticos em Destaque
A concessão da ferrovia EF-118, ligando os portos de Vitória (ES) e Açu (RJ), está prevista para o primeiro trimestre de 2026. Anteriormente, espera-se o início das operações da Ferrovia Transnordestina, um corredor estratégico para cargas no Nordeste, com a CSN como um dos principais controladores.
O modelo da EF-118 priorizará o concessionário que demandar o menor aporte governamental para os R$ 15 bilhões em investimentos previstos. Em 2026, também devem ser licitadas a Ferrogrão (EF-170), com investimentos acima de R$ 20 bilhões, e o Corredor Leste-Oeste (FICO-FIOL). O processo de relicitação da Malha Oeste também avança, apesar do quadro funcional da agência.
Fonte: Estadão
