Animoca Brands planeja IPO na Nasdaq via fusão reversa em 2026

Animoca Brands planeja IPO na Nasdaq via fusão reversa com Currenc Group em 2026. Empresa de criptoativos busca mercado americano.
Animoca Brands lista Nasdaq fusão reversa — foto ilustrativa Animoca Brands lista Nasdaq fusão reversa — foto ilustrativa

A Animoca Brands, gigante de investimentos em criptoativos e blockchain sediada em Hong Kong, anunciou seus planos de abrir capital na bolsa norte-americana Nasdaq. A operação será realizada por meio de uma fusão reversa com a Currenc Group, com a transação prevista para ser concluída em 2026. Após a consolidação, os acionistas da Animoca deterão aproximadamente 95% das ações da nova entidade combinada.

O acordo representa o retorno da Animoca ao Mercado de capitais, após sua retirada da Bolsa de Valores da Austrália (ASX) em 2020. Na época, a decisão foi motivada por preocupações regulatórias relacionadas às suas atividades com criptomoedas. Atualmente, a empresa ostenta um vasto portfólio, incluindo tokens e participações acionárias em mais de 600 empresas cripto, como a Consensys e a exchange Kraken, ambas com planos de listagem futura.

Yat Siu, presidente-executivo da Animoca, descreveu a empresa como “basicamente uma aposta alavancada em altcoins”. Ele ressaltou que a equipe da Animoca dedica-se ativamente ao trading dessas criptomoedas para gerar rendimentos, uma estratégia que visa capitalizar o potencial de valorização destes ativos digitais.

Contexto de Mercado e Estratégia da Animoca

O desempenho das altcoins em 2025 tem sido significativamente inferior ao do Bitcoin (BTC), com essas moedas sendo as mais afetadas pela retração do mercado em outubro, que resultou na desvalorização de US$ 19 bilhões em apostas cripto. Relatórios recentes da 10x Research indicam uma migração de capital de investidores de varejo para ações, diminuindo o interesse em altcoins em comparação com ciclos anteriores.

Além de investir em startups de cripto em troca de tokens e participações, a Animoca oferece serviços de consultoria a essas empresas, com pagamentos recebidos em moedas digitais. Essa diversificação de atuação consolida sua posição no ecossistema cripto.

Expansão Institucional e Plano de Listagem

A fusão com a Currenc está sujeita à aprovação regulatória tanto nos Estados Unidos quanto na Austrália, país onde a Animoca possui sua sede jurídica. A conclusão do acordo também depende da publicação de demonstrações financeiras auditadas dos últimos anos. Siu confirmou que a empresa é lucrativa, mas os resultados financeiros do ano corrente ainda não foram divulgados.

Embora um memorando de intenções tenha sido assinado, os termos definitivos ainda estão em negociação, com um período de exclusividade de três meses estabelecido para a finalização dos acordos. Como parte da transação, a Currenc, atuante em serviços financeiros e remessas internacionais, planeja desmembrar parte de suas operações.

A Animoca também tem expandido sua atuação institucional. Está envolvida em uma joint venture com o Standard Chartered e a HKT para o desenvolvimento de uma stablecoin lastreada no dólar de Hong Kong. Paralelamente, colabora com a Provenance Blockchain Labs na criação de um marketplace focado em conectar emissores de ativos do mundo real, como empréstimos com garantia imobiliária, a investidores institucionais.

Decisão Influenciada pelo Cenário Político nos EUA

Com uma força de trabalho de mais de 700 funcionários, a Animoca planeja abrir um escritório em Nova York. Segundo Siu, a postura pró-cripto do presidente Donald Trump foi um fator determinante para a escolha de listar na Nasdaq. “Podemos sempre considerar uma listagem dupla em Hong Kong. Hong Kong continuará importante para nós — temos muitos usuários na Ásia”, observou Siu, indicando a relevância contínua do mercado asiático.

A decisão de buscar a listagem na Nasdaq reflete uma estratégia de longo prazo para a Animoca Brands, visando maior liquidez e Acesso a um mercado de capitais mais robusto. A empresa aposta em um cenário regulatório nos EUA mais propício para empresas de tecnologia e criptoativos.

Fonte: Valor Econômico

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