Aneel adia decisão sobre Enel SP e concessão pode ser cassada

Aneel adia decisão sobre cassação da concessão da Enel São Paulo, que enfrenta críticas por falhas em eventos climáticos. Entenda o caso.
Aneel adia decisão Enel São Paulo — foto ilustrativa Aneel adia decisão Enel São Paulo — foto ilustrativa

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou a avaliação de um processo que pode levar à cassação da concessão da Enel São Paulo. O diretor Gentil Nogueira de Sá Júnior pediu vista do caso, que apura falhas da distribuidora durante eventos climáticos extremos. A Enel São Paulo é responsável pelo fornecimento de energia para aproximadamente 8 milhões de pessoas na capital paulista e em 23 municípios vizinhos.

Diretor da Aneel, Gentil Nogueira de Sá Júnior, em reunião da agência reguladora.
Diretor da Aneel pediu mais tempo para analisar caso da Enel SP.

Falhas na resposta da concessionária a eventos climáticos ocorridos em 2023 e 2024, que levaram dias para restabelecer o fornecimento de energia, motivaram a análise. A Aneel já aplicou mais de R$ 300 milhões em multas contra a distribuidora. O contrato atual da Enel SP expira em 2028, mas a empresa solicitou sua renovação antecipada.

A decisão final sobre a possível caducidade da concessão — o término forçado do contrato — cabe ao Ministério de Minas e Energia, que receberá a recomendação da Aneel. A diretora Agnes Maria de Aragão da Costa, relatora do caso, havia votado para acatar o relatório da área técnica da agência.

Parecer da Área Técnica da Aneel

O parecer da área técnica da Aneel apontou uma diminuição no tempo médio de atendimento a ocorrências emergenciais após a implementação de um plano de recuperação pela Enel SP. No entanto, a continuidade da análise se faz necessária devido a dúvidas sobre a regularização definitiva das falhas.

Em outubro de 2024, a Aneel emitiu um Termo de Intimação contra a Enel São Paulo por descumprimento do plano de contingência estabelecido com a agência e a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo). A ação levou em conta a reincidência de falhas no atendimento aos consumidores em situações de emergência, como as ocorridas em outubro de 2023 e 2024, com longos períodos sem energia em diversos bairros.

A nota técnica da agência sugere que o acompanhamento regulatório seja estendido até março de 2026. O objetivo é garantir a regularização definitiva das falhas e transgressões após um período úmido, avaliando os resultados das ações estruturantes adotadas pela empresa.

Linha de transmissão de energia elétrica em postes, durante dia nublado.
Apagões em 2023 e 2024 motivaram a análise na Aneel.

Contexto Regulatório e Disputa pela Concessão

A análise sobre a caducidade da concessão ocorre em paralelo ao pedido de renovação antecipada do contrato pela Enel, previsto para expirar em 2028. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, já havia declarado que o processo sancionador seria julgado antes da discussão sobre a renovação, apesar de um parecer técnico preliminar ter sido favorável à empresa.

O Ministério Público Federal em São Paulo solicitou a suspensão imediata da renovação. A Prefeitura de São Paulo também exige que a revisão dos critérios de avaliação do serviço seja concluída antes de qualquer definição sobre a renovação do contrato da Enel SP.

Fonte: G1

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