Americanas lança programa de fidelidade para impulsionar vendas

Americanas lança programa ‘Cliente A’ e crediário para reativar vendas, focando em fidelização e dados do varejo físico. Saiba os detalhes.
Americanas programa fidelidade — foto ilustrativa Americanas programa fidelidade — foto ilustrativa

A Americanas anunciou o lançamento do programa de fidelidade “Cliente A”, focado em aprimorar o conhecimento sobre os hábitos de consumo dos clientes e estimular o aumento das compras nas lojas físicas. A iniciativa, que será implementada em três fases, integrará um sistema de pontos com o cartão de crédito da marca e parcerias com plataformas como Livelo e Dotz. Futuramente, o programa também se conectará ao crediário da Americanas, que tem previsão de lançamento para os próximos 10 dias.

A partir da próxima semana, os clientes que fornecerem CPF e número de telefone no caixa poderão aderir à nova iniciativa. Os participantes do “Cliente A” terão Acesso a descontos mais vantajosos e acumularão pontos que poderão ser utilizados para abater o valor de futuras compras. O uso do cartão de crédito homônimo do programa permitirá multiplicar a geração de pontos. Para a Americanas, o principal benefício imediato será a construção de uma base de dados mais qualificada sobre as vendas em suas lojas físicas.

Rentabilização de dados e parcerias estratégicas

Na segunda fase, a Americanas planeja rentabilizar os dados coletados. A cada compra realizada em loja, o cliente receberá um brinde que poderá ser trocado em estabelecimentos parceiros. “Nesse ponto, vamos conquistar mais a fidelidade do cliente, oferecendo algo que ele gosta; mas também vamos trazer um parceiro que irá nos remunerar para gerar esse fluxo”, explicou Tiago Abate, vice-presidente de Crescimento da Americanas. Ele ressaltou que todo o processo respeitará a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo o anonimato das informações.

A terceira e última fase de implantação, prevista para o final de 2026, visa integrar o programa de forma mais completa ao ecossistema da Americanas. A expectativa é que o “Cliente A” possa ser acessado diretamente pelo aplicativo existente da companhia, reduzindo a dependência de um app dedicado, que será lançado na próxima semana. Além disso, um novo meio de pagamento, o crediário, será integrado para somar e multiplicar pontos.

Crediário: Financiamento via FIDC e busca por crescimento

A companhia está prestes a lançar seu crediário, que será financiado por um Fundo de Direitos Creditórios (FIDC) no qual a Americanas é a única cotista. Essa estrutura visa ampliar a oferta de crédito aos clientes sem a necessidade de depender de linhas bancárias ou de grandes investimentos diretos da empresa. A carteira de crédito deve crescer gradualmente, com os juros pagos pelos parcelamentos sendo reinvestidos no fundo para financiar novas compras.

Abate destacou que o novo programa de fidelidade e o crediário são estratégias para impulsionar o crescimento da empresa sem a necessidade de novas injeções de capital, algo inviável em seu atual processo de recuperação judicial. “Antes de 2023 (quando eclodiu a crise da empresa), a companhia estava preocupada com outras coisas e deixou passar algumas oportunidades boas na frente do nariz. Concordo que hoje vivemos um período mais restritivo, mas nós podemos, neste momento de organização financeira da empresa, crescer com essas oportunidades que ficaram na mesa. É possível crescer Receita de forma consistente, sem necessitar de dinheiro novo”, afirmou.

A estrutura da Ame, braço financeiro da Americanas descontinuado após a crise, não foi considerada viável para a construção do novo programa, segundo Abate. Ele explicou que a fintech foi desenvolvida de forma a dificultar a rentabilidade. O novo programa aproveitou apenas a base de dados preservada e aspectos técnicos, sem aplicações financeiras diretas.

Varejo físico consolida sua importância nas vendas

No primeiro semestre de 2025, o volume total de vendas da Americanas atingiu R$ 9,3 bilhões, sendo a maior parte proveniente do varejo físico, que ampliou sua participação em relação ao mesmo período de 2024. Em comparação com o primeiro semestre de 2024, as vendas totais apresentaram uma queda de 6,6%, atribuída à redução da operação de venda de terceiros no comércio digital da companhia.

Inicialmente, o programa “Cliente A” foca no varejo físico, que é o principal objetivo da atual gestão. Uma integração mais robusta com as vendas digitais próprias está prevista para ocorrer ao longo de 2026, mas foi adiada para evitar possíveis instabilidades no sistema durante o período de alto volume da Black Friday em novembro.

Fonte: Estadão

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