Investidores especializados em dívidas de empresas em dificuldades, conhecidos como fundos abutres, estão direcionando capital para os títulos de dívida da Ambipar negociados no exterior. A estratégia se baseia na expectativa de ganhos futuros com a reestruturação do passivo da companhia, que recentemente protocolou um pedido de recuperação judicial. Apesar da volatilidade, os papéis têm atraído a atenção desses fundos, que buscam oportunidades de compra em patamares baixos.

O Foco dos Fundos Abutres na Dívida da Ambipar
Fontes do Mercado financeiro americano indicam que os fundos abutres veem valor em adquirir os papéis da Ambipar quando negociados em torno de 10% do seu valor nominal. Essa movimentação ocorre em um cenário de alta especulação, com discussões focadas no percentual de recuperação que esses investidores poderão obter após a reestruturação da dívida. Esses fundos, embora frequentemente associados a situações de fragilidade financeira, são profissionais qualificados que atuam ativamente na negociação dos termos de dívidas e, por vezes, aportam novos recursos.
Valor dos Títulos em Fracasso e Dívida Bilionária
Relatos indicam que os bonds da Ambipar chegaram a operar em torno de 12% do valor de face em outubro, oscilando entre 13,5% e 14% nos dias que antecederam a percepção do pedido de recuperação judicial iminente. A percepção de valor por parte dos investidores está ligada ao negócio de Emergency Response da companhia nos Estados Unidos, que também entrou em recuperação judicial (Chapter 11). No entanto, o foco das discussões se volta para a proposta de corte no valor total da dívida em bonds, que soma US$ 1 bilhão. Após o pedido de proteção contra credores em setembro, esses títulos passaram a refletir perdas que variam de 80% a 90% do valor investido.
Estrutura da Dívida e Credores da Ambipar
O endividamento total da Ambipar, incluindo os bonds, atinge R$ 10,5 bilhões. Os detentores de bonds representam a maior fatia, com créditos equivalentes a R$ 5,4 bilhões, considerando o câmbio atual. Em seguida, vêm os investidores de debêntures, com R$ 3 bilhões, e os bancos, com R$ 2 bilhões. A recente entrada com pedido de recuperação judicial no Brasil, somada à proteção contra credores nos EUA, intensifica a busca por oportunidades por parte dos fundos especializados em ativos de empresas em recuperação.
Fonte: Estadão