Ambev (ABEV3): Números da Heineken e cenário desafiador para o 3T25

Números da Heineken indicam cenário desafiador para a Ambev (ABEV3) no 3T25. Queda de volumes e ambiente de consumo fraco no Brasil. Análises e projeções.
Ambev ABEV3 Heineken 3T25 — foto ilustrativa Ambev ABEV3 Heineken 3T25 — foto ilustrativa

A gigante de bebidas Ambev (ABEV3) enfrenta um cenário desafiador no terceiro trimestre de 2025, com os resultados recentes da Heineken servindo de termômetro para o setor. A Receita orgânica da Heineken caiu 1,4% no período, pressionada por uma retração de 2,3% nos volumes, afetando tanto o segmento premium quanto o mainstream.

No Brasil, os volumes de cerveja da Heineken apresentaram uma queda de dois dígitos médios. Essa performance levanta preocupações para a Ambev, com o Bradesco BBI indicando um risco de baixa em sua estimativa de queda de 7% para os volumes da Ambev no país.

Gráfico de produção da Vale, indicando cenário desafiador para o setor de bebidas.
Produção da Vale em 2025.

Impacto do Consumo e Estoques

O Bradesco BBI sugere que a performance mais fraca da Heineken pode ter sido influenciada por um descompasso entre sell-in e sell-out, com varejistas formando estoques antes do aumento de preços em julho. Contudo, os níveis de estoque teriam se normalizado ao final de setembro, indicando um potencial reequilíbrio para os próximos meses.

Ainda assim, os resultados da Heineken reforçam a deterioração do ambiente de consumo no Brasil. Temperaturas abaixo da média e uma desaceleração estrutural na indústria de cerveja, evidenciada pela queda na produção em julho e agosto, contribuem para esse cenário. A gestão da Heineken relatou um ambiente competitivo “bastante saudável”, com maior racionalidade de preços, mas cautela quanto a novos aumentos, priorizando volumes.

Desempenho das ações da Assaí, refletindo dificuldades no varejo alimentar.
Análise do desempenho da Assaí.

Projeções e Recomendações para Ambev

Para a Ambev, a recuperação sequencial de market share pode ser ofuscada pela queda da indústria e bases de comparação desafiadoras, com volumes potencialmente abaixo da projeção de 7% de queda. O Bradesco BBI mantém recomendação neutra e visão cautelosa, com as ações negociadas a 13 vezes o lucro estimado para 2026.

O Goldman Sachs, ao analisar os números da Heineken e do Grupo Petrópolis, prevê uma queda de 2% a 8% nos volumes de cerveja da Ambev no trimestre. O banco reitera Classificação de venda para as ações da Ambev, com preço-alvo de R$ 10,10, mas reconhece que riscos negativos podem já estar precificados antes da divulgação de resultados da Ambev em 30 de outubro.

Os incidentes relacionados a envenenamentos por metanol em bebidas destiladas também adicionam um fator de complicação ao já difícil Mercado brasileiro de cerveja. A gestão da Heineken indicou um foco estratégico em crescimento de volume e participação de mercado, o que pode ser um reflexo da estratégia da Ambev para o período.

Análises Setoriais e de Mercado

O setor de varejo alimentar também tem enfrentado desafios, como indicado pela queda de 4% nas ações da Assaí (ASAI3) após o JPMorgan prever um cenário mais desafiador para 2026. Paralelamente, a Vale (VALE3) apresentou fortes dados de produção no 3T25, indicando um caminho para um ano robusto.

A temporada de balanços do 3T25 tem ganhado destaque, com investidores atentos às ações e setores que podem apresentar desempenho expressivo. A publicação do calendário de resultados do terceiro trimestre de 2025 da Bolsa brasileira é um guia fundamental para o mercado.

Fonte: InfoMoney

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