Ambev: Goldman Sachs alerta para riscos do metanol e queda nas vendas

Goldman Sachs alerta que crise do metanol e queda nas vendas de bebidas afetam Ambev (ABEV3). Analistas mantêm recomendação de venda.
Ambev crise metanol — foto ilustrativa Ambev crise metanol — foto ilustrativa

O desempenho da Ambev (ABEV3) tem sido afetado negativamente pela crise de intoxicações por metanol, que resultou em uma queda acentuada nas vendas fora de casa e no consumo de bebidas alcoólicas desde o final de setembro. Analistas do Goldman Sachs alertam que o cenário atual pode impactar os resultados da companhia, que divulgará seu balanço financeiro no dia 30 deste mês.

Dados recentes da Cielo indicam uma retração significativa no movimento de bares (-13%), lojas de conveniência (-8%) e restaurantes (-1%) entre 29 de setembro e 5 de Outubro, em comparação com o ano anterior. Essa queda se soma a um período já desafiador, com a Ambev registrando dois trimestres consecutivos de retração no volume de cervejas vendidas. A preocupação com a segurança alimentar diante de casos de contaminação por bebidas adulteradas com metanol, que já somam 24 casos confirmados e cinco óbitos, conforme Ministério da Saúde, leva as autoridades a recomendarem cautela no consumo de álcool até que a origem da adulteração seja esclarecida.

Impacto da Crise do Metanol nas Vendas

A Ambev, uma das maiores produtoras de bebidas do mundo, enfrenta um cenário de incerteza. A crise do metanol não só afeta o consumo de bebidas em geral, mas impacta de forma mais severa os destilados, com quedas de até 31% em São Paulo, segundo informações de mercado. O setor de eventos também sente os efeitos, vivendo um momento de apreensão.

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Gráfico indicando a situação da Ambev diante da crise do metanol.
Copo da Ambev em risco com a crise de metanol, segundo Goldman Sachs.

Análise do Goldman Sachs e Recomendação

Diante deste quadro, o Goldman Sachs reiterou sua recomendação de venda para as ações da Ambev (ABEV3), com um preço-alvo de R$ 10,10 para os papéis negociados no Brasil e US$ 1,90 para o ADR nos Estados Unidos. Essa projeção sugere um potencial de desvalorização entre 12% e 15% em relação às cotações atuais. A análise do banco leva em conta projeções de fluxo de caixa descontado (DCF) e múltiplos de preço/Lucro (P/L) de 11,5 vezes para os próximos trimestres.

Embora a Ambev apresente forte geração de caixa e dividendos atrativos, o Goldman Sachs prevê margens sob pressão e um crescimento limitado de receita no curto prazo. Fatores como uma recuperação mais rápida da marca Skol, valorização do real, controle de custos, manutenção de incentivos fiscais, melhora no ambiente de consumo e um cenário econômico mais favorável na Argentina poderiam reverter essa perspectiva.

Fonte: InfoMoney

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