Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, demonstrou otimismo quanto à possibilidade de Donald Trump aceitar o pedido do Brasil para suspender a tarifa de 40% sobre produtos brasileiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já abordou o tema com Trump em uma conversa telefônica recente.
“O pedido do presidente Lula para o presidente Trump foi que enquanto negocia, suspenda os 40%. Esse foi o pleito. Aí temos um ganha-ganha. Há muita possibilidade de Parceria entre Brasil e EUA”, afirmou Alckmin em declarações a jornalistas após participar de uma missa em Aparecida (SP).
Alckmin destacou os avanços já obtidos, como a isenção de tarifas para celulose e ferro-níquel, que representam 4% das exportações brasileiras. Ele também mencionou a redução na tarifa de madeira serrada e macia, que caiu de 50% para 10%, e de móveis, de 50% para 25%. “O que nós precisamos é avançar mais depressa”, ressaltou.
Expectativa de encontro e o papel de Marco Rubio
Há uma expectativa de que os líderes de Brasil e EUA se encontrem pessoalmente na Malásia no final do mês, após uma conversa preliminar durante a assembleia-geral da ONU ter facilitado o diálogo. Alckmin também minimizou preocupações sobre a indicação do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, como interlocutor americano nas negociações.
“Não acredito (que o nome atrapalhe o diálogo). A orientação do presidente (dos EUA, Donald) Trump foi muito clara. Nós queremos fazer um diálogo e entendimento, e o Brasil sempre defendeu isso”, declarou Alckmin.
A nomeação de Rubio gerou apreensão no Governo brasileiro e foi vista como positiva pela direita. Recentemente, Rubio criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes e foi um dos responsáveis por anunciar a aplicação da Lei Magnitsky contra ele e sua esposa. Rubio também já se encontrou com Eduardo Bolsonaro e fez comentários sobre a condenação de Jair Bolsonaro.
Combate à pobreza e qualidade de vida
Em outro tema, Alckmin avaliou que o Brasil fez progressos no combate à pobreza, evidenciado pela saída do país do Mapa da Fome da ONU. Contudo, ele ressaltou que a “tarefa nunca vai terminar”. “É importante cada dia avançar mais, no sentido da gente melhorar a qualidade de vida da nossa população”, concluiu.
Fonte: InfoMoney