STF Cobra Castro sobre Megaoperação Policial no Rio: Detalhes Exigidos por Moraes

Alexandre de Moraes cobra detalhes de Cláudio Castro sobre megaoperação policial no Rio, no âmbito da ADPF das Favelas. Saiba as exigências do STF.
ADPF das Favelas — foto ilustrativa ADPF das Favelas — foto ilustrativa

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou formalmente ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que apresente informações detalhadas sobre a recente megaoperação policial na capital Fluminense. A exigência ocorre no contexto da ADPF das Favelas e visa esclarecer os procedimentos adotados durante a ação.

Audiência e Detalhes Solicitados por Moraes

Cláudio Castro tem até o dia 3 de novembro para comparecer a uma audiência e fornecer um relatório circunstanciado sobre a operação. A determinação do ministro Moraes abrange diversos pontos cruciais, incluindo a definição do grau de força adequado e sua justificativa formal, o número de agentes envolvidos e os armamentos utilizados. Além disso, foram solicitados dados sobre mortos, feridos e detidos, bem como as medidas adotadas para garantir a responsabilização em caso de abusos e violações de direitos. A atuação dos órgãos periciais, o uso de câmeras corporais e nas viaturas, e a preservação do local para perícia são outros itens obrigatórios.

Ministro Alexandre de Moraes em audiência no STF.
Ministro Alexandre de Moraes preside sessão no STF.

A solicitação atende a um pedido do Conselho Nacional de Direitos Humanos, que reúne representantes de ministérios, procuradoria-geral da República, parlamentares, Defensoria Pública, Polícia Federal, OAB e sociedade civil. A ADPF das Favelas, que originou o debate, estabelece regras para operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro.

Contexto da ADPF das Favelas e o Papel do STF

Em abril, o STF validou um conjunto de regras que normatizam as operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro. A ADPF das Favelas é a ação que trouxe ao Supremo a discussão sobre a atuação das forças de segurança em áreas vulneráveis. O Tribunal detalhou procedimentos específicos para casos de mortes em confrontos, exigindo a preservação do local, comunicação imediata às autoridades e ao Ministério Público. A polícia técnica, a autópsia obrigatória para mortes por intervenção policial e o acompanhamento pelas corregedorias também foram enfatizados. O Ministério da Justiça deverá adaptar o sistema Sinesp para dados desagregados pelos estados.

Diretrizes para Operações Policiais no Rio de Janeiro

O Supremo Tribunal Federal esclareceu que as forças de segurança do Rio de Janeiro não precisam comunicar previamente a realização de operações. No entanto, uma série de diretrizes deve ser rigorosamente seguida. Estas incluem o uso proporcional da força, com justificativa posterior documentada. A saúde mental dos policiais envolvidos em incidentes críticos passa a ser obrigatória, visando o apoio emocional.

Para buscas domiciliares, as diretrizes são claras: devem ocorrer durante o dia, com ingresso forçado vedado à noite, salvo exceções justificadas. A presença de ambulâncias durante as operações será regulamentada, garantindo socorro imediato.

Monitoramento, Investigação e Retomada Territorial

O STF também determinou a inclusão de novos indicadores para monitorar o uso excessivo da força e mortes com autoria indeterminada. O estado do Rio deverá publicar dados desagregados sobre mortes de civis e policiais em confrontos e comprovar a implantação de câmeras nas viaturas, com regulamentação clara.

Em outra frente, a Polícia Federal foi incumbida de instaurar um inquérito específico para apurar crimes de organizações criminosas no Rio com repercussão interestadual e Internacional. Uma equipe permanente na PF será dedicada à produção de inteligência sobre facções e suas conexões com agentes públicos.

Adicionalmente, o Estado do Rio deverá elaborar um plano de retomada territorial das áreas dominadas por facções criminosas. Este plano, com cronograma objetivo, será financiado com recursos federais, estaduais e municipais, incluindo emendas parlamentares impositivas. A ação do MPF, que manifestou preocupação com a alta letalidade da operação, também solicitou explicações detalhadas ao governo do Rio.

Fonte: G1

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