Emmanuel Macron, presidente da França, sinalizou nesta quinta-feira (06) que pode aprovar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Embora mantenha uma postura vigilante, Macron afirmou que pode dar o sinal verde para a assinatura do tratado, prevista para 20 de dezembro, caso as salvaguardas comerciais apresentadas pela Comissão Europeia sejam implementadas satisfatoriamente.
Contexto e Expectativas do Acordo Mercosul-UE
Em Entrevista, o presidente francês declarou ter boas expectativas, mas que continuará monitorando a situação. “Quando tivermos visibilidade sobre a implementação da salvaguarda, minha resposta será sim”, afirmou Macron. Ele reconhece a relevância geopolítica do acordo e seu potencial de diversificação para ambos os blocos. No entanto, expressou preocupação com o impacto negativo para alguns setores, especialmente para agricultores europeus.
A negociação atual envolve a espelhação das cláusulas de salvaguarda pela Comissão Europeia junto aos membros do Mercosul. “O que está sendo negociado agora? As cláusulas de salvaguarda estão sendo espelhadas pela Comissão Europeia junto aos membros do Mercosul. Isso está em negociação”, explicou.
Posição da França e Proteção ao Agronegócio Europeu
Macron reiterou a importância de respeito às abordagens adotadas e destacou a responsabilidade da Comissão Europeia em garantir as medidas de proteção. “É por isso que solicitamos à Comissão Europeia que garantisse algumas medidas de salvaguarda, bem como controles e apoio adicionais para alguns dos nossos agricultores e outros setores.” Essa postura visa proteger o agronegócio europeu de possíveis prejuízos decorrentes da abertura de Mercado.
Fontes do Governo brasileiro indicam que Macron teria transmitido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que estaria confortável com as salvaguardas propostas e pronto para avançar com o acordo.
Críticas e Preocupações de Agricultores Europeus
Apesar do otimismo de Macron, críticos como o produtor francês Arnold Puech d’Alissac, membro do Conselho Executivo da Federação Nacional dos Sindicatos de Exploração Agrícola da França (FNSEA), expressam receio. “O acordo é um grande problema para nós, porque nós somos a moeda de troca. Temos a impressão de que vamos perder uma parte do mercado”, disse d’Alissac em Brasília, durante o COP-30 Farmers’Summit.
Essas preocupações refletem a tensão entre os benefícios macroeconômicos e geopolíticos do tratado e os potenciais impactos setoriais, especialmente no setor agrícola da Europa.
Fonte: Estadão