Acordo EUA-China: Mercado Cético Ignora Trégua Comercial

Acordo comercial EUA-China: Mercado reage com ceticismo à trégua anunciada. Entenda os motivos da cautela e os próximos passos.
Acordo EUA-China — foto ilustrativa Acordo EUA-China — foto ilustrativa

A reação do mercado global à reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, que resultou em um acordo comercial entre Estados Unidos e China, foi tímida nesta quinta-feira (30). Wall Street, mercados europeus e o Ibovespa registraram perdas, demonstrando ceticismo diante da trégua anunciada.

Detalhes do Acordo e Reações do Mercado

O acordo prevê a redução imediata das tarifas sobre produtos chineses de 57% para 47%. A China comprometeu-se a continuar o fluxo de terras raras e minerais críticos de forma livre e aberta, além de trabalhar para interromper o fluxo de fentanil para os EUA e iniciar a compra de energia americana. Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, indicou que os acordos seriam assinados oficialmente na semana seguinte, com os EUA suspendendo restrições e tarifas por um ano.

No entanto, analistas como Leonel Mattos, da StoneX, destacam o ceticismo do Mercado, considerando a trégua frágil. Ele aponta que muitos pontos acordados apenas mantêm o status quo, como a continuidade da compra de soja pelos chineses e a ausência de novas tarifas. Segundo Mattos, o progresso efetivo na redução das tensões é limitado, gerando receio de que o acordo possa ser facilmente rompido.

Donald Trump e Xi Jinping em reunião para acordo comercial EUA-China.
Encontro entre Donald Trump e Xi Jinping buscou estabilizar relações comerciais.

Pendências e Perspectivas para o Futuro

O JPMorgan identificou questões pendentes, incluindo o cronograma e volume das compras de soja pelos chineses, a revisão do “Acordo da Fase Um” de 2020 pela USTR, tarifas de transbordo e a legalidade das tarifas impostas sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA). A Suprema Corte dos EUA analisará a legalidade dessas tarifas em breve.

O banco americano classifica a nova trégua como um recuo parcial das tensões, com tarifas reduzidas, mas ainda acima dos níveis anteriores. Embora controles de exportação mais rígidos tivessem gerado preocupações, a Suspensão temporária é vista como um sinal positivo. Contudo, a competição estratégica entre as potências deve persistir, com potencial para retaliações e oscilações.

Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, discute acordos com a China.
Scott Bessent afirmou que os acordos deverão ser assinados formalmente na próxima semana.

Contexto Macroeconômico e Balanços Corporativos

Além da questão comercial, os mercados operaram sob a influência da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros. O corte de 25 pontos-base foi esperado, mas a incerteza sobre novas reduções em dezembro desanimou Wall Street na véspera, após uma Renovação de recordes. A temporada de balanços nos EUA também adicionou volatilidade, com a Microsoft alertando sobre aumento de gastos com Inteligência Artificial, enquanto a Alphabet apresentou resultados melhores que o esperado, impulsionada pela forte demanda por IA.

O desacoplamento total ou embargo comercial entre EUA e China permanece improvável no curto prazo, oferecendo um alívio parcial para investidores globais preocupados com o impacto das tensões comerciais na economia mundial. A análise do JPMorgan sugere que a dinâmica de longo prazo indica uma persistência na rivalidade estratégica, mesmo com os esforços de conciliação atuais.

Fonte: InfoMoney

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