Ações globais operam sem direção clara nesta quarta-feira, marcadas pela cautela diante de balanços corporativos e das persistentes incertezas no comércio internacional. Investidores monitoram de perto o potencial encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping. A reunião, agendada para 31 de outubro, tornou-se ponto de interrogação após Trump admitir que o encontro “talvez não aconteça”, aumentando as dúvidas sobre o progresso das negociações comerciais.
Por volta das 8h, o futuro do S&P 500 registrava alta de 0,10%, enquanto o Nasdaq recuava 0,04%. Na Europa, o Stoxx 600 avançava 0,09%, mas o CAC 40, de Paris, caía 0,13%. A temporada de balanços corporativos tem influenciado o Mercado, com resultados positivos de gigantes como a General Motors e a Coca-Cola, contrastando com o desempenho mais fraco da Netflix, cujo Lucro operacional ficou abaixo das expectativas.
O índice DXY, que mede a força do dólar frente a seis moedas fortes, avançava 0,12%, atingindo 99,09 pontos. A moeda americana mantém a tendência de valorização após as declarações de Donald Trump, enquanto os rendimentos dos Treasuries (títulos do tesouro americano) seguem em queda. A taxa do título de 10 anos recuou de 3,974% para 3,957%.
Agenda Econômica Brasileira: MP e Taxação de Fintechs em Foco
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trabalha para a retomada de itens da Medida Provisória (MP) que propunha alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após a perda de validade da mesma. O Governo planeja enviar ao Congresso dois projetos de lei: um focado na contenção de despesas e limitação das compensações tributárias, e outro abordando a taxação de fintechs e casas de apostas. Segundo o ministro, esses textos podem ser incorporados a propostas em tramitação, o que pode gerar movimentações significativas no mercado local.
Temporada de Balanços no Brasil: Expectativas e Destaques
A temporada de balanços no Brasil se inicia nesta quinta-feira com a divulgação dos resultados da Weg. No entanto, analistas projetam um terceiro trimestre mais fraco para a maioria das companhias. Relatórios indicam uma desaceleração generalizada, impactando tanto empresas focadas no mercado interno quanto exportadoras. Este cenário é influenciado pelos juros elevados e pelas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, conforme reportagem do Valor Econômico.
Contudo, os resultados da Vale são esperados como positivos por analistas. Recentemente, a mineradora divulgou seu relatório de produção e vendas, indicando que seus três principais produtos estão em linha com as metas estabelecidas. A produção de minério de ferro no terceiro trimestre foi a maior desde 2018. A Vale projeta alcançar o topo do seu “guidance” para 2025 em níquel, cobre e minério de ferro. Os investidores podem reagir favoravelmente no Ibovespa, como sugerem os recibos de ações (ADRs) da companhia em Nova York, que apresentavam alta de 0,53%.
Fonte: Valor Econômico
