Os juros futuros registram uma modesta queda nesta quarta-feira, em meio a uma agenda econômica doméstica com poucos fatores determinantes. As taxas chegaram a flertar com a alta, refletindo as discussões sobre a Substituição de receitas orçamentárias após a rejeição de uma medida pelo Congresso. Contudo, a desvalorização do dólar frente ao real e o desempenho positivo de importantes mercados de renda fixa internacionais oferecem suporte às taxas locais, após duas sessões consecutivas de recuo.
Por volta das 9h25, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 apresentava baixa de 13,925% para 13,92%. O DI de janeiro de 2029 cedia de 13,205% para 13,19%, e o de janeiro de 2031 recuava de 13,485% para 13,45%.
Impacto dos Mercados Globais nos Juros Brasileiros
O cenário internacional demonstra um movimento favorável que influencia os ativos brasileiros. Nos Estados Unidos, o rendimento da T-note de dez anos apresentou queda, passando de 3,974% para 3,957%. No Reino Unido, a taxa do Gilt de igual vencimento registrou uma queda mais acentuada, de 4,488% para 4,397%, impulsionada por dados de inflação que reforçam a expectativa por cortes nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE).
Cenário Político e Orçamentário
Internamente, o mercado acompanha atentamente as discussões sobre os projetos de lei que visam compensar o déficit orçamentário projetado para 2026, após a rejeição de uma medida provisória pelo Congresso Nacional. A busca por novas fontes de Receita é um fator de atenção para os investidores, pois pode impactar a trajetória fiscal do país.
A instabilidade política e as incertezas fiscais são fatores que historicamente influenciam a percepção de risco do Brasil, afetando diretamente as taxas de juros de longo prazo. A falta de clareza sobre a direção das políticas econômicas pode levar a prêmios de risco mais elevados.
Perspectivas para a Renda Fixa
A leve queda nos juros futuros, sustentada pela desvalorização do dólar e pelo otimismo externo, sugere um alívio temporário para o mercado de renda fixa brasileiro. No entanto, a volatilidade deve persistir, especialmente diante da necessidade de o Governo encontrar soluções para o equilíbrio das contas públicas. Analistas de mercado monitoram de perto os desdobramentos no Congresso e as sinalizações do Banco Central sobre a política monetária.
Fonte: Valor Econômico