STF: Entenda os próximos passos após condenação de Bolsonaro

STF condena Bolsonaro a 27 anos de prisão. Entenda os próximos passos legais, os recursos possíveis e o cronograma para evitar impacto nas eleições de 2026.
condenação de Bolsonaro no STF — foto ilustrativa condenação de Bolsonaro no STF — foto ilustrativa

A publicação do acórdão do julgamento da trama golpista de 2022, que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de Prisão, marca uma nova fase do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Após a publicação do documento, as defesas têm cinco dias corridos para apresentar embargos de declaração, recurso destinado a apontar omissões, contradições ou trechos pouco claros no julgamento. O prazo, no entanto, só começará a correr após a intimação dos advogados dos réus.

Na prática, esse tipo de recurso raramente altera o resultado, servindo apenas para ajustes de forma ou esclarecimentos no texto do acórdão. Mesmo assim, as defesas de Bolsonaro e de outros réus já sinalizaram que vão recorrer.

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O que acontece depois dos recursos

Após a apresentação dos embargos, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, deve encaminhar o processo à Procuradoria-Geral da República (PGR) para parecer, antes de devolver o caso à Primeira Turma do STF. O presidente da Turma, ministro Flávio Dino, é quem define a data do julgamento, que pode ocorrer de forma presencial ou virtual. Caso os embargos sejam rejeitados, Moraes poderá determinar o início imediato do cumprimento da pena.

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)
Fachada do STF, onde ocorrem os julgamentos.

Outros recursos possíveis no STF

As defesas também podem apresentar embargos infringentes, que buscam reverter o resultado do julgamento. O Regimento Interno do STF prevê esse recurso apenas quando há dois votos divergentes, o que não se aplica ao caso de Bolsonaro, já que apenas Luiz Fux votou pela anulação da ação penal. Mesmo assim, advogados de Bolsonaro e de outros réus afirmam que vão insistir na tese de que o regimento não explicita essa limitação, e que o recurso poderia ser analisado mesmo com apenas um voto divergente. Moraes, no entanto, pode rejeitar o pedido de forma individual.

Imagem de Jair Bolsonaro em audiência no STF.
Jair Bolsonaro em audiência no STF.

Estratégia do Supremo para evitar impacto eleitoral

Nos bastidores do Supremo, a avaliação é que o tribunal deve encerrar todos os recursos ainda em 2025, antes do início do Calendário eleitoral. A intenção dos ministros seria a de evitar que o caso tenha repercussão direta na campanha presidencial de 2026. Se os recursos forem rejeitados, Bolsonaro poderá ser preso para iniciar o cumprimento da pena ainda antes do próximo ano eleitoral.

Fonte: InfoMoney

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