Os juros futuros encerraram o pregão desta terça-feira (21) em queda modesta, seguindo a tendência dos principais mercados de renda fixa ao redor do mundo, em uma sessão que não ofereceu direcionadores aos investidores locais.
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O ambiente externo, inclusive, superou a possível pressão da desvalorização do real sobre o dólar. Com isso, ainda que de forma tímida, as taxas ampliaram o forte movimento de queda da véspera, de olho na melhora da perspectiva de inflação no Brasil.
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Análise das Taxas de Juros Futuros
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2027 recuou de 13,965%, do ajuste anterior, para 13,94%. A do DI de janeiro de 2029 cedeu de 13,24% a 13,22%, e a do DI para janeiro de 2031 anotou baixa de 13,52% para 13,495%.
Influência do Cenário Internacional
Nos Estados Unidos, a taxa da T-note de dez anos teve queda de 3,983% a 3,967%, ao passo em que a da T-bond de 30 anos caiu de 4,572% a 4,546%. Os juros de títulos públicos de países como França e Alemanha também recuaram neste pregão.
Sem a divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos por conta da paralisação parcial da máquina pública, o mercado dá como praticamente certo que o Federal Reserve (Fed) dará continuidade ao processo de corte de juros com uma redução de 0,25 ponto percentual na semana que vem, o que levaria a taxa básica dos Estados Unidos à faixa de 3,75% a 4%.
“O movimento de hoje do Mercado de Treasuries confirmou a tendência positiva que recentemente passou a definir as taxas nos EUA. A ausência de dados significativos deixou os investidores com tempo para avaliar o balanço de riscos (do Fed) para o restante de 2025”, escrevem Ian Lyngen e Vail Hartman, estrategistas de renda fixa do BMO Capital Markets. Para eles, o recuo dos rendimentos dos títulos públicos americanos é condizente com o quadro atual de ausência de novos dados econômicos.
Expectativas para a Economia Brasileira
No Brasil, o mercado aguarda uma definição acerca das discussões sobre os projetos que irão substituir a Medida Provisória (MP) 1.303, derrubada no Congresso e que seria usada para fechar as contas públicas do ano que vem. Além disso, a leitura de outubro do IPCA-15 (prévia da inflação no mês) pode movimentar as apostas dos investidores para o ciclo de corte de juros do Banco Central no fim desta semana.
Para o time de macroeconomistas do Daycoval, o dado deve apresentar alta de 0,23% em relação a setembro, mas com moderação adicional de itens sensíveis ao ciclo econômico, como os intensivos em trabalho. No entanto, o componente de serviços subjacentes deve registrar alta de 0,40%, “constituindo desafio relevante e reforçando o cenário de cautela por parte do Banco Central”, dizem os economistas em nota. O cenário-base do banco é de que a Selic permaneça em 15% ao menos até o fim do ano.
Inflação Implícita e Títulos Prefixados
Em postagem no Linkedin, Paulo Henrique Oliveira, especialista de renda fixa da Daycoval Corretora, nota que as expectativas de inflação dos economistas (compiladas no relatório Focus do Banco Central) e do mercado (extraídas das medidas de inflação implícita das NTN-B) mostram uma diferença de 1,0 ponto a 2,3 pontos percentuais para os anos de 2027 e 2029, com os investidores precificando uma inflação menor.
Para ele, isso evidencia como a curva de juros prefixados carrega muito prêmio ao longo de sua estrutura, já que ela ainda embute um ciclo de cortes da Selic bem modesto em relação à média histórica realizada pelo Copom. “A análise reforça que os títulos prefixados estão bastante convidativos para o horizonte de curto a médio prazo”, escreve Oliveira.
A gestão fiscal do governo continua sendo um ponto de atenção. A recente derrubada da Medida Provisória (MP) 1.303 no Congresso traz incertezas sobre o fechamento das contas públicas para o próximo ano, exigindo atenção a novos projetos que possam substituir os efeitos da MP. O Congresso Nacional tem um papel crucial na definição dessas novas regras.
Fonte: Valor Econômico