O empresário Felipe Macedo Gomes, investigado pela Polícia Federal (PF) por supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), movimentou R$ 240 milhões nos últimos três anos. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta Transferências incompatíveis com seu patrimônio e indícios de ocultação da origem do dinheiro, dados que foram enviados à CPI do INSS.
Em nota, a Defesa do empresário afirmou que “qualquer valor recebido é fruto de sua atividade profissional” e que Gomes se colocou à disposição das autoridades para “prestar esclarecimentos, levar documentos e informações que se fizerem necessários”.
Depoimento na CPI e Silêncio de Felipe Macedo
Na última segunda-feira (20), o ex-dirigente da Amar Brasil, Felipe Macedo Gomes, optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento à CPI do INSS. Ele foi amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. O relator da CPI, Alfredo Gaspar (União-AL), destacou que Gomes é responsável por quatro entidades que receberam aproximadamente R$ 700 milhões em descontos de beneficiários do INSS entre 2022 e 2025.
Movimentação Financeira Suspeita Revelada pelo Coaf
O órgão de combate à lavagem de dinheiro analisou contas bancárias de Felipe Macedo Gomes durante 14 períodos desde 2022, totalizando R$ 240 milhões em movimentações. Somente em outubro de 2024, o empresário movimentou R$ 15,9 milhões, incluindo o financiamento de sete carros de alto valor. O Coaf identificou oito alertas em diferentes contas bancárias em nome do empresário, indicando suspeitas de “operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais”.
Entre setembro de 2024 e março de 2025, em um intervalo de seis meses, Gomes movimentou R$ 38,2 milhões. O Coaf emitiu alertas sobre “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”, além da velocidade com que o dinheiro transitou pela conta.
Doação de Campanha e Apreensões pela PF
Em 2022, Felipe Macedo Gomes realizou uma doação de R$ 60 mil à campanha de Onyx Lorenzoni, ex-ministro da Previdência no Governo Bolsonaro, que concorria ao governo gaúcho. Questionado sobre o motivo da doação, o empresário silenciou. O relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar, anunciou que pedirá a prisão preventiva de Gomes na próxima reunião do colegiado.
No início deste mês, a Polícia Federal apreendeu Carros de luxo pertencentes ao empresário. A PF observou um aumento expressivo nos recursos de Gomes nos últimos anos, período que coincide com as supostas fraudes em descontos contra aposentados do INSS.
Fonte: Estadão