O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ironizou a nomeação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. “Vai ter uma carteira assinada pela primeira vez, e desejo boa sorte a ele. Só isso”, declarou Nunes.
Esclarecimento sobre Vínculo Trabalhista de Ministros
É importante esclarecer que ministros de Estado não possuem vínculo trabalhista regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Como agentes políticos, seus direitos e deveres são definidos pela Constituição Federal e leis complementares, e não como funcionários públicos tradicionais.
Histórico Profissional de Guilherme Boulos
Em contrapartida, Guilherme Boulos já comentou sobre seu histórico profissional em vídeos de campanha. “Eu trabalho como professor desde antes de terminar a faculdade de filosofia”, afirmou. “Trabalhei em escola estadual, como a E.E. Maria Auxiliadora em Embu das Artes, e estava dando aula na PUC até virar deputado federal”.
Na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Boulos lecionou sobre movimentos sociais e direito à cidade no mestrado em Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais. Sua atuação acadêmica e como professor refuta a ideia de que nunca tenha exercido atividade profissional remunerada.
Críticas de Nunes sobre Radicalismo
Nunes também rotulou o novo ministro como “radical”. “A questão de ter pessoas radicais (no Governo federal) é que preocupa. A gente precisa ter pessoas que dialoguem com todo mundo, né?”, questionou o prefeito.
Ele completou, dirigindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Qualquer tipo de radicalismo é ruim. Mas é uma prerrogativa do presidente, evidentemente, deve saber o que está fazendo.”
Papel da Secretaria-Geral da Presidência
A Secretaria-Geral da Presidência tem como uma de suas funções a coordenação do relacionamento do governo federal com movimentos sociais e sindicais. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual Boulos é uma Liderança proeminente, se enquadra nesse escopo.
Entre 2002 e 2003, Boulos foi coordenador nacional do MTST, o que lhe rendeu Críticas de opositores, que o apelidaram de “invasor de casas” em pleitos anteriores.
Fonte: Estadão