Com a nomeação de Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência, a cadeira deixada por ele na Câmara dos Deputados deve ser ocupada pelo físico Ricardo Galvão. Galvão, atual presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi o primeiro suplente da coligação partidária com 40.365 votos nas eleições de 2022.
Negociações para a Posse
Ricardo Galvão afirmou que está em conversação com o partido Rede sustentabilidade, pelo qual foi eleito suplente. “Estamos conversando com a Rede Sustentabilidade. Fui eleito por ela. A Rede certamente deve ter interesse. (Eu) certamente irei, mas ainda tem dúvidas”, declarou à imprensa. A assessoria do PSOL informou que a decisão final sobre assumir a vaga cabe a Galvão.
Trajetória e Defesa da Ciência
O pesquisador ganhou notoriedade em 2019, quando, na direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contestou as críticas do então presidente Jair Bolsonaro aos dados de desmatamento na Amazônia. Na ocasião, Galvão defendeu publicamente a precisão e a auditabilidade dos dados do Inpe, o que resultou em sua exoneração. Sua postura em Defesa da ciência foi amplamente reconhecida, culminando com a nomeação para o CNPq em 2023, com o objetivo de reavivar investimentos em pesquisa, defender o reajuste de bolsas e incentivar a participação feminina na ciência.
Formação e Reconhecimento Internacional
Ricardo Magnus Osório Galvão, nascido em Itajubá (MG), possui formação em Engenharia de Telecomunicações pela UFF, mestrado em Engenharia Elétrica pela Unicamp e doutorado em Física de Plasmas pelo MIT. Sua carreira inclui a direção do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e do Inpe, além de presidir a Sociedade Brasileira de Física. Em 2019, a revista científica Nature o listou entre as 10 pessoas mais importantes para a ciência.
Fonte: Estadão