O bitcoin (BTC) registrou uma queda de mais de 1% nesta terça-feira (21), divergindo do desempenho positivo dos mercados acionários tradicionais. Contudo, analistas interpretam o movimento como um respiro e uma indefinição momentânea, em vez de um grande sinal de baixa. Ontem, o BTC havia recuperado parte das perdas recentes, mas ainda se mantém mais de 13% abaixo de sua máxima histórica de US$ 126 mil, alcançada no dia 6 deste mês.
Dados da Glassnode, compilados pelo site Coindesk, sugerem que a volatilidade recente dissipou o excesso de alavancagem sem comprometer a estrutura de longo prazo do Mercado. Isso indica que os investidores estão reduzindo o risco de suas posições, mas sem abandonar completamente o mercado de criptomoedas.
No momento da apuração, às 10h21 (horário de Brasília), o bitcoin caía 1,8% em 24 horas, negociado a US$ 108.604, de acordo com o CoinGecko. Em reais, a criptomoeda apresentava uma queda de 1,7%, cotada a R$ 586.244, segundo o Cointrader Monitor.
Desempenho das Altcoins e Valor de Mercado
Entre as altcoins, o ether (ETH), a moeda digital da rede Ethereum, recuou 3,5%, sendo negociado a US$ 3.880. O XRP, token focado em pagamentos internacionais da Ripple, caiu 1,2%, a US$ 2,42. A solana (SOL) registrou perdas de 3,1%, chegando a US$ 186,11, enquanto o BNB (token da Binance Smart Chain) recuou 3,1%, a US$ 1.075.
O Valor de mercado consolidado de todas as criptomoedas no globo está avaliado em US$ 3,76 trilhões.
Análise de Correção Saudável e Suportes
Segundo um relatório da Vault Capital, a perda de força observada no bitcoin durante a madrugada, com a cotação oscilando entre US$ 110 mil e US$ 107 mil, é vista como um movimento corretivo saudável. A consultoria acredita que este movimento contribui para a reorganização da estrutura de preço, preparando o terreno para uma eventual nova fase de alta.
No entanto, o relatório alerta para a necessidade de cautela na zona de preços atual. A perda sustentada deste patamar pode abrir caminho para quedas mais expressivas, com o preço potencialmente retornando à região dos US$ 104 mil, que serve como um importante suporte no curto prazo.
Influência do Cenário Macroeconômico
Do ponto de vista macroeconômico, André Franco, CEO da Boost Research, aponta que os mercados asiáticos foram impulsionados pela expectativa de uma melhora nas relações comerciais entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, com um encontro previsto para as próximas semanas na Coreia do Sul.
Franco avalia que a melhoria nas perspectivas do comércio global tende a aumentar o apetite por risco, o que, em teoria, beneficia o bitcoin. “No entanto, a magnitude das valorizações pode ser limitada, pois parte desse cenário já vinha sendo precificada”, pondera o executivo.
Fluxo em ETFs de Bitcoin e Ether
Nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista nos EUA, foi registrado um saldo líquido negativo de US$ 40,4 milhões no pregão de ontem. Este marca o quarto dia consecutivo de saídas de capital desses fundos.
O principal responsável pelo fluxo vendedor foi o ETF IBIT, da BlackRock, com um excesso de vendas de cotas em relação às compras totalizando US$ 100,7 milhões.
Em relação aos ETFs de ether, o fluxo negativo foi ainda mais expressivo, atingindo US$ 145,7 milhões. Os fundos ETHA, da BlackRock (US$ 117,9 milhões), e FETH, da Fidelity (US$ 27,8 milhões), foram os alvos da saída de recursos.
Este foi o terceiro pregão consecutivo de retirada líquida de capital dos ETFs americanos de ETH.
Fonte: Valor Econômico