Tarcísio: Etanol não deve ser moeda de troca em disputa comercial com EUA

Tarcísio de Freitas defende que etanol brasileiro não seja moeda de troca em disputa comercial com os EUA. Setor sucroenergético apoia posição.
etanol não ser moeda de troca — foto ilustrativa etanol não ser moeda de troca — foto ilustrativa

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que o etanol brasileiro não deve ser utilizado como moeda de troca em negociações comerciais com os Estados Unidos, especialmente diante da recente escalada tarifária imposta pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros. A posição do governador reforça o apoio ao setor sucroenergético nacional, que defende a manutenção das tarifas de importação sobre o etanol norte-americano.

Durante a 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, Tarcísio enfatizou a importância estratégica do etanol para o Brasil. “Vamos fornecer o etanol que vai mover as embarcações. Isso significa que há uma demanda extraordinária e não precisamos fazer concessões daquilo que é reserva estratégica do Brasil”, afirmou, destacando a necessidade de proteger o investimento em tecnologia e a produção nacional.

Contexto da Disputa Comercial

A fala de Tarcísio surge em um momento de especulações sobre a possibilidade de o Governo brasileiro considerar a redução da tarifa de importação de 18% sobre o etanol dos EUA. Essa medida estaria sendo avaliada como uma estratégia para mitigar as retaliações comerciais americanas. No entanto, representantes do setor de açúcar e etanol, como a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), negam qualquer negociação nesse sentido com o governo federal.

A Unica reitera seu compromisso com a “previsibilidade regulatória, a reciprocidade comercial e o respeito às regras internacionais de comércio”. A entidade reforça que “o etanol brasileiro é um ativo estratégico de soberania nacional — e não pode ser tratado como moeda de troca em negociações comerciais”.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, discursando em conferência sobre etanol.
Governador de São Paulo defende proteção ao etanol nacional.

Proteção ao Setor Sucroenergético

A resistência à abertura do mercado para o etanol dos EUA é fundamentada nas diferenças do modelo produtivo. O Brasil produz etanol a partir da cana-de-açúcar, enquanto os Estados Unidos utilizam o milho, beneficiado por fortes subsídios governamentais. Essa disparidade resulta em custos de produção artificialmente mais baixos nos EUA, criando um desequilíbrio na concorrência internacional.

Para a indústria sucroenergética brasileira, a manutenção da tarifa de 18% sobre o etanol importado é crucial para assegurar a competitividade do produto nacional e garantir a estabilidade do mercado de biocombustíveis, que desempenha um papel vital na matriz energética do Brasil, representando cerca de 20% do consumo.

Guerra Tarifária e Posição do Governo

As declarações de Tarcísio de Freitas se inserem no contexto da guerra comercial iniciada por Donald Trump, que já impôs tarifas significativas sobre diversos produtos brasileiros. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca uma abordagem coordenada com o setor privado, evitando uma escalada imediata das tensões, mas mantendo uma postura firme nas negociações diplomáticas para defender os interesses nacionais.

Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos simbolizando a disputa comercial.
Disputa comercial entre Brasil e EUA afeta setores estratégicos.

Fonte: InfoMoney

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