A Executiva Nacional do PT celebrou a decisão do Governo de demitir apadrinhados de deputados que votaram contra a Medida Provisória que alterava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em resolução política, o partido definiu a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 como a principal prioridade. Edinho Silva, presidente do PT, será o coordenador da campanha presidencial.
Recomposição da Base Aliada e Alianças Estratégicas
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o titular da Casa Civil, Rui Costa, foram convidados pela direção do PT para discutir a reorganização da base aliada. O foco principal é a formação de alianças regionais que garantam sustentação a Lula na disputa de 2026. A estratégia de campanha volta a apostar no discurso de “nós contra eles”, agora com a bandeira da taxação de super ricos e isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, projeto já aprovado pela Câmara e em tramitação no Senado.
Críticas ao Congresso e a “Extrema Direita”
O PT atribuiu a rejeição da Medida Provisória 1303 pela Câmara, em 8 de maio, à “pressão da extrema direita e de setores capturados por interesses dos mais ricos”. O partido avalia que essa derrota evidenciou como “uma parcela expressiva do Congresso Nacional tem atuado contra os interesses da maioria do povo brasileiro”. O partido tem utilizado as redes sociais com a hashtag “Congresso inimigo do povo”.
Faxina no Palácio do Planalto
A resposta do Palácio do Planalto às infidelidades parlamentares incluiu a demissão de indicados de partidos do Centrão, como União Brasil e PP. Embora os comandos dessas legendas tenham rompido com Lula e exigido a entrega dos cargos, alguns ministros indicados por elas, como Celso Sabino (União Brasil) no Turismo e André Fufuca (PP) no Esporte, optaram por permanecer no governo.
As demissões atingiram indicados de PP, União Brasil, PSD, MDB e até do PL de Jair Bolsonaro. Os postos de comando em órgãos como Caixa Econômica Federal, Correios, Iphan, além de superintendências regionais no Ministério da Agricultura, Codevasf e Dnit, foram afetados.
Resolução do PT: Cenário Político e Reeleição
Um trecho da resolução do PT destaca a complexidade do ambiente político e a “polarização com as forças reacionárias, neoliberais e neofascistas”. A reafirmação da reeleição do presidente Lula é vista como “condição fundamental para garantir a continuidade das transformações sociais, econômicas e democráticas”.
Emendas Parlamentares e Regulação de Redes Sociais
O partido também aplaudiu o engavetamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem pelo Senado, embora 12 deputados do próprio PT tenham votado a favor na Câmara. A resolução aborda a “farra das emendas”, criticando o modelo de execução que “subverte o equilíbrio entre os poderes”. A regulação das redes sociais é defendida como “urgente” para a defesa da democracia e a Punição de crimes virtuais, apesar de parcerias do partido com plataformas como Meta, TikTok e Google.
Memória do 8 de Janeiro e Defesa da Democracia
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro condenado pelo STF, o PT decidiu organizar atos em todo o país em 8 de janeiro de 2026, marcando os três anos da tentativa de golpe. O partido reforça a importância da mobilização popular para reafirmar o respeito às instituições e a defesa da democracia.
Fonte: Estadão