O deputado federal Guilherme Boulos, 43 anos, assume a Secretaria-Geral da Presidência, substituindo Márcio Macêdo. A nomeação é vista como uma estratégia de Luiz Inácio Lula da Silva para ampliar sua base social e fortalecer o apoio dos movimentos populares à sua candidatura à reeleição em 2026. Boulos, ex-coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), pretende aproximar o Governo de trabalhadores informais e evangélicos de periferia.
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Trajetória Política de Guilherme Boulos
Eleito deputado federal em 2022 com a maior votação de São Paulo, Boulos se comprometeu a não disputar um novo mandato em 2026, dedicando-se ao cargo até o fim do governo. Formado em filosofia e mestre em Psiquiatria pela USP, o parlamentar é considerado uma potencial herança política de Lula no campo progressista. Lula já tentou atrair Boulos para o PT anteriormente, sem sucesso.
Relação com Lula e Mobilização Social
A proximidade entre Boulos e Lula se intensificou a partir das manifestações de 2013, quando o MTST ganhou destaque e o deputado ajudou a manter a base social mobilizada em apoio a Dilma Rousseff e, posteriormente, na Defesa de Lula após sua prisão. Em seu discurso antes de ser preso em 2018, Lula destacou a seriedade e o futuro de Boulos, comparando sua trajetória à própria.
Carreira e Eleições
Filho de infectologistas renomados, Boulos milita desde jovem em prol da moradia. Filiou-se ao Psol em 2018, disputando a Presidência e obtendo 0,58% dos votos. Em 2020, avançou ao segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, conquistando 1 milhão de votos e se consolidando como liderança de esquerda na cidade. Em 2022, apoiou Fernando Haddad na disputa pelo governo de São Paulo e, em contrapartida, teve sua pré-candidatura à prefeitura paulistana em 2024 endossada por Lula.
Eleição em São Paulo e Apoio Presidencial
Na eleição municipal de 2024, Lula foi um forte cabo eleitoral para Boulos, que recebeu R$ 30 milhões do PT e contou com a presença pessoal do presidente em sua campanha. Apesar de ter ficado próximo de vencer no primeiro turno, Boulos foi derrotado por Ricardo Nunes no segundo turno, que o classificou como “invasor” e “radical”.
Aliados e Reações Internas
Um dos principais aliados de Boulos é o médico Josué Rocha, que comandou suas campanhas e atuou como seu chefe de gabinete. Dentro do Psol, Boulos agregou centenas de militantes do MTST, formando seu próprio grupo político. A nomeação para o ministério gerou Reações em alas do Psol que defendem independência do governo e no PT, devido à perda de espaço. Movimentos populares também expressaram preocupações com o protagonismo do MTST e a redução da participação de outros grupos.
Fonte: Valor Econômico