O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou Guilherme Boulos (PSOL-SP) como o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é crucial para a relação do Governo com movimentos sociais e já mira as eleições presidenciais de 2026.

A nomeação foi comunicada a Boulos durante uma reunião de aproximadamente 1h30 no Palácio do Planalto. Boulos sucede Márcio Macêdo (PT-SE), que ocupava o cargo desde o início do terceiro mandato de Lula, em janeiro de 2023.
Em suas redes sociais, Lula compartilhou uma foto ao lado de Boulos e Macêdo, reforçando a transição.

Objetivo Estratégico para 2026
A escolha de Boulos, uma das principais lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), visa fortalecer a conexão do governo com setores populares. A expectativa é que Boulos precise renunciar à sua candidatura à reeleição como deputado federal em março de 2026 para permanecer no cargo até a eleição presidencial, conforme a legislação eleitoral.
A Secretaria-Geral, localizada no Palácio do Planalto, oferece Acesso direto à presidência. Esta mudança representa também a entrada do PSOL no círculo palaciano, com a cessão de um ministério anteriormente sob cota do PT.
Perfil do Novo Ministro
Aos 42 anos, Guilherme Boulos é uma figura proeminente na esquerda brasileira e o político de maior expressão eleitoral do PSOL. Formado em Filosofia e com mestrado em Psiquiatria, Boulos atua também como professor e psicanalista.
Anteriormente, Boulos disputou a Presidência da República em 2018 e a prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, sem sucesso. Em 2022, foi eleito deputado federal, tornando-se o mais votado em São Paulo, com cerca de 1 milhão de votos.
Com forte atuação no MTST, Boulos tem como bandeiras principais a reforma urbana e a ampliação do Acesso à moradia.
Desempenho de Márcio Macêdo
Márcio Macêdo, ex-deputado federal, liderou a Secretaria-Geral por mais de dois anos, desde janeiro de 2023. Como vice-presidente do PT e coordenador de campanhas históricas, Macêdo foi peça fundamental na articulação com movimentos sociais.
Um de seus feitos foi a organização do G20 Social no Rio de Janeiro, evento preparatório para a cúpula das principais economias do mundo. No entanto, Macêdo também enfrentou críticas, como a pública insatisfação de Lula com o baixo comparecimento em um evento do Dia do Trabalhador em São Paulo, organizado por centrais sindicais.
Fonte: G1