Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira (20) em queda, impulsionados pela melhora nas expectativas colhidas no relatório Focus. Essa percepção de um quadro inflacionário mais benigno, reforçada pela decisão da Petrobras de reduzir os preços da gasolina, deixou o Mercado mais otimista quanto ao ciclo de corte de juros do Banco Central previsto para o próximo ano.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/u/w/YznMt1QYObydkub7b9jg/juros-percentual-porcento-taxas2-gerd-altmann-pixabay.png" alt=""><figcaption></figcaption></figure>)
Petrobras e Impacto na Inflação
A redução nos preços da gasolina pela Petrobras, já esperada pelo mercado, contribuiu significativamente para a queda dos juros futuros. Cálculos de casas como XP, ASA e Warren Investimentos estimam um impacto baixista de cerca de 0,1 ponto percentual na inflação deste ano. Esse ajuste pode ser suficiente para que o IPCA termine o ano dentro da banda de tolerância da meta do Banco Central.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/u/w/YznMt1QYObydkub7b9jg/juros-percentual-porcento-taxas2-gerd-altmann-pixabay.png)
Repercussão nos Títulos de Renda Fixa
Em resposta à expectativa de inflação menor, as taxas das NTN-B (títulos atrelados ao IPCA) de curto prazo apresentaram alta, destoando da dinâmica geral do mercado de renda fixa. Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2027 cedeu de 14,015% para 13,955%. Similarmente, a do DI de janeiro de 2029 caiu de 13,335% para 13,225%, e a do DI de janeiro de 2031 registrou forte queda de 13,61% para 13,505%.
A taxa da NTN-B com vencimento em agosto de 2026 mostrou alta de 10,09% a 10,11% no final do pregão, enquanto o juro real extraído da NTN-B de maio de 2027 subiu de 8,88% para 8,90%. No entanto, os juros reais de curto prazo ainda destoaram da curva: a taxa da NTN-B com vencimento em maio de 2035, por exemplo, teve forte queda de 7,79% a 7,72%.
Análise e Perspectivas
A queda das expectativas de inflação, que antes se concentrava no curto prazo, agora se espalha para anos mais à frente, aproximando-se da meta de 3% do Banco Central. Apesar do discurso conservador da autoridade monetária, os sinais de inflexão da inflação e a desaceleração da atividade alimentam as apostas por uma taxa Selic menor. A decisão da Petrobras em reduzir o preço da gasolina foi vista como um movimento na direção correta para amenizar a pressão sobre o IPCA.
Participantes do mercado apontam que o estresse nos juros reais de curto prazo ocorre porque, para precificar uma menor inflação implícita, o mercado vende NTN-Bs, fazendo com que o juro real diminua sua diferença para as taxas dos contratos de DI. A alta nas taxas das NTN-Bs foi considerada pequena, pois o mercado já antecipava esse corte de preço da Petrobras.
Fonte: Valor Econômico