O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento do chamado “núcleo 4” da trama golpista, grupo acusado de disseminar desinformação contra as urnas eletrônicas e apoiar logisticamente os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A votação dos ministros foi iniciada com o voto do relator, Alexandre de Moraes.
Votação e Acusações do Núcleo 4
A sessão prevê a votação sequencial dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Na semana anterior, foram apresentados o parecer do caso e os argumentos da Defesa dos réus. O grupo em julgamento é composto por militares da ativa e da reserva, além de ex-integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Manifestação da PGR
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a condenação dos réus. Em sua justificativa, Gonet estabeleceu uma ligação direta entre a campanha de fake news promovida pelo grupo e os ataques violentos em Brasília. Segundo o chefe da PGR, houve um “manejo estratégico de informações sabidamente falsas como instrumento de desestabilização social”. Ele argumentou que “a revolta popular verificada ao final do iter criminis (caminho do crime) tem relação causal com a trama gerada e insuflada pela ação deste núcleo de acusados”.
Réus sob Julgamento
Os réus do núcleo 4 incluem:
- Ailton Gonçalves Moraes barros, capitão reformado do Exército;
- Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
- Carlos César Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal (IVL);
- Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército e ex-servidor da Abin;
- Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
- Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-servidor da Abin;
- Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército.
Este julgamento representa mais um passo na apuração dos eventos que abalaram a democracia brasileira, com foco na responsabilização daqueles que, segundo a acusação, atuaram ativamente na desinformação e no planejamento logístico de atos antidemocráticos.
O desenrolar deste julgamento no STF é crucial para a consolidação do Estado Democrático de Direito e para enviar uma mensagem clara sobre as consequências de atos que visam minar as instituições.
Fonte: InfoMoney