Varejo Brasileiro: Goldman e Morgan revelam as melhores ações para investir

Confira as varejistas preferidas por Goldman Sachs e Morgan Stanley. Análise sobre o setor de varejo brasileiro, Selic e projeções de mercado.
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O setor varejista brasileiro navega em um cenário complexo, marcado por um Mercado de trabalho aquecido, com desemprego em baixas históricas, e uma taxa básica de juros elevada (Selic a 15%), o que restringe o crédito e impacta o consumo. Diante disso, as varejistas apresentam tendências mistas em 2025.

O Morgan Stanley projeta que as vendas do varejo nacional seguirão em ritmo moderado, sem grandes impulsionadores para acelerar a atividade nos próximos meses. A inflação subjacente tem surpreendido para baixo, levando à revisão de projeções de inflação para 2025 e 2026. Contudo, o Banco Central mantém postura conservadora, e o ciclo de cortes de juros é esperado apenas para o fim do primeiro trimestre de 2026.

Até agosto, o crescimento real das vendas no varejo ajustado sazonalmente foi de 2,1%, abaixo dos 3,8% registrados em 2024, com tendência de desaceleração nas últimas leituras. O crescimento nominal médio de 7,2% também representa uma desaceleração em relação aos 8,3% de 2024, com o segundo semestre enfrentando uma base de comparação mais desafiadora.

Embora os cortes de juros devam gerar um impulso positivo, seu efeito é defasado sobre o consumo, indicando poucos gatilhos para uma inflexão nas vendas do varejo nos próximos trimestres.

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Desempenho do Varejo no 3T25

O Morgan Stanley prevê um terceiro trimestre de 2025 com desempenho estável em alimentos, pressão em eletrônicos e desaceleração em vestuário após a força do segundo trimestre. O segmento de Alimentos e bebidas apresenta crescimento nominal de 7,8% em 2025, com inflação próxima de 7%.

Eletrônicos, eletrodomésticos e móveis registram avanço nominal de 4,4%, impactados pela dependência de crédito. O Magazine Luiza (MGLU3) deve crescer 2% em volume bruto negociado (GMV) no 3T25, uma recuperação após queda de 1% no 2T25.

No setor de Moda e calçados, o crescimento nominal foi de 7,2% até agosto, mas parte do impulso anterior derivou de vendas antecipadas de inverno. O banco estima crescimento de vendas nas mesmas lojas (SSS) de 5,5% para Lojas Renner (LREN3) e de 8,0% para C&A (CEAB3), ambas em desaceleração.

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Preferências do Morgan Stanley

O Morgan Stanley destaca que os cortes de juros trarão ventos favoráveis ao setor, reduzindo Custos de capital e ampliando a renda disponível. Sua estratégia privilegia empresas com baixa alavancagem, iniciativas de eficiência e menor dependência de crédito.

O banco reforça sua convicção positiva nas ações da Azzas 2154 (AZZA3), Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3), todas com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado).

Para Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), o banco mantém recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado), devido à exposição a bens cíclicos e ao impacto dos juros altos na lucratividade.

A C&A (CEAB3) tem recomendação equalweight (exposição igual à média do mercado), com execução sólida, mas negociando a múltiplos próximos aos da Renner. O banco mantém preferência relativa por Lojas Renner (LREN3) pela consistência histórica.

A Natura (NATU3) é vista positivamente pela simplificação estrutural, mas o banco segue cauteloso devido à alavancagem e volatilidade operacional.

Para o Assaí (ASAI3), espera-se que as vendas mesmas lojas sigam abaixo da inflação. O banco vê suporte nos valuations, mantendo recomendação neutra.

Análise do Goldman Sachs sobre Lojas Renner e C&A

As ações de Lojas Renner (LREN3) e C&A (CEAB3) acumulam quedas desde meados de setembro, em parte devido a projeções de desaceleração da demanda por vestuário no 3T25 e a um clima irregular.

O Goldman Sachs reconhece preocupações com o arrefecimento macroeconômico e o clima persistente. No entanto, com LREN3 e CEAB3 negociadas a múltiplos atrativos e projeções de crescimento de Lucro por ação (EPS) robustas para 2026-2028, o banco vê um ponto de entrada atraente. Qualquer sinal de recuperação das vendas mesmas lojas (SSS) no 4T25 pode impulsionar o sentimento e os múltiplos.

O banco projeta crescimento de SSS de 8,1% para Renner e 12,9% para C&A no 4T25, antecipando uma desaceleração macroeconômica. A análise histórica indica que ações do setor reagem positivamente a sinais de aceleração sequencial das vendas no quarto trimestre.

O Goldman Sachs acredita que haverá aceleração sequencial nas vendas à medida que o clima deixa de ser um fator limitante em novembro e dezembro. Mais de 75% das vendas do trimestre ocorrem nesses meses, com menor impacto climático.

O banco avalia que a C&A (CEAB3) oferece uma tese de investimento mais atrativa no curto prazo, com melhorias operacionais que devem manter o crescimento de SSS acima dos pares. A Lojas Renner (LREN3) deve ser beneficiada por seu histórico consistente de execução e maior liquidez.

Em suma, o Goldman Sachs vê os níveis atuais como um ponto de entrada atrativo no setor de varejo de vestuário brasileiro e reitera recomendação de compra para Lojas Renner e C&A, com preços-alvo de R$ 20 e R$ 22, respectivamente.

Fonte: InfoMoney

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