PEC da Segurança: Relator Mendonça Filho quer revisar prisão em 2ª instância

Relator da PEC da Segurança, Mendonça Filho, defende revisão da prisão em 2ª instância e critica centralização federal no combate ao crime.
Mendonça Filho, relator da PEC da Segurança, defende revisão da prisão em 2ª instância. Mendonça Filho, relator da PEC da Segurança, defende revisão da prisão em 2ª instância.

O deputado Mendonça Filho (União-PE), relator da PEC da Segurança na Câmara dos Deputados, defendeu em Entrevista que a prisão após condenação em 2ª instância “precisa ser revisitada” pelo Congresso Nacional. Ele argumenta que a impunidade é uma das principais causas do aumento da violência no Brasil e que pretende incluir essa discussão em seu parecer sobre a proposta.

“A questão da prisão a partir da condenação em segunda instância considero importante, ou pelo menos de órgão colegiado. A gente precisa refletir sobre isso”, afirmou o deputado Mendonça Filho. “A impunidade é uma das causas do aumento da violência no Brasil“, completou.

Mendonça Filho, relator da PEC da Segurança, defende revisão da prisão em 2ª instância
Relator Mendonça Filho defende revisão da prisão em 2ª instância.

Mendonça Filho apresentou dados sobre a baixa taxa de elucidação e Punição de homicídios para justificar sua posição. “Cometer um crime de homicídio no Brasil é muito barato. Apenas 40% dos homicídios cometidos no Brasil são identificados. E apenas cerca de 10% vão para a cadeia. Imagina que ‘prêmio’ que é dado para quem tira a vida do outro? Isso é inaceitável. Isso é uma sociedade que está no limite daquilo que pode ser uma barbárie”, questionou.

Críticas à Centralização Federal no Combate ao Crime

O deputado Mendonça Filho também criticou a proposta do governo federal de centralizar totalmente o combate ao crime organizado em Brasília. Ele classificou a ideia como “impraticável”, argumentando que a estrutura atual, com a Polícia Federal (PF) focada em crimes interestaduais e internacionais, já é adequada e prevista em lei. O parlamentar elogiou o governo por iniciar um debate sobre segurança pública, mas discordou da solução de centralização proposta pelo Executivo, citando a dimensão territorial e a estrutura federativa do Brasil.

Dimensão territorial do Brasil, argumento de Mendonça Filho contra a centralização do combate ao crime
Dimensão territorial do Brasil é argumento contra centralização do combate ao crime.

“A gente não pode, de forma alguma, a pretexto de combater o crime, centralizar toda a prática de combate ao crime no Brasil a partir de Brasília, porque isso é impraticável”, disse Mendonça Filho. “A gente vive num país de 8 milhões e meio de quilômetros quadrados, mais de 200 milhões de habitantes, 27 unidades da federação, 5.500 municípios. Isso seria impraticável, impossível e não iria dar certo”, completou. Ele também questionou a capacidade operacional da PF para tal tarefa exclusiva, afirmando que “imaginar que um pouco mais de 10 mil homens da Polícia Federal vai dar conta do tráfico de drogas a nível nacional do Brasil, isso é realmente platitude, é vender terra na lua”.

PF e Legislação Vigente no Combate ao Crime

Mendonça Filho ressaltou que a legislação atual já define o papel da União no combate ao crime. “Essa possibilidade e essa atuação [federal contra o crime interestadual] ela já é permitida pela legislação e a própria Constituição não só permite como atribui à Polícia Federal competência para enfrentar o crime organizado dessa magnitude”, declarou. Segundo ele, “não Falta legislação para que você possa enfrentar o crime” dessa forma. O caminho, na visão do relator, é fortalecer a cooperação entre União, estados e municípios, e não a centralização total.

Entenda a PEC da Segurança Pública

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública foi enviada pelo governo Lula ao Congresso em abril de 2025. Seu principal objetivo é a criação de um sistema nacional mais integrado, fortalecendo a coordenação federal no combate ao crime organizado, em especial o tráfico de drogas, armas e facções com atuação interestadual ou internacional. A proposta visa reforçar o papel da União na articulação entre as polícias federal, estaduais e municipais, facilitando investigações complexas e o fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

Fonte: G1

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