O CEO do J.P. Morgan, Jamie Dimon, visitará a Argentina nesta semana, em um momento crítico para o presidente Javier Milei, que busca estabilizar a economia do país diante de uma forte desvalorização do peso argentino. A visita ocorre apesar do apoio sem precedentes do Governo dos Estados Unidos à gestão de Milei.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/x/N/wsoTB7QdySbWnpQbGTtw/foto11fin-401-tldimon-c2.jpg" alt=""><figcaption></figcaption></figure>)
Dimon participará de uma reunião de alto nível organizada pelo banco de investimentos em Buenos Aires. Detalhes sobre potenciais encontros com autoridades governamentais não foram divulgados.
O governo de Milei enfrenta um teste crucial neste domingo com as eleições legislativas de meio de mandato. O resultado pleito poderá determinar o futuro de suas reformas de livre Mercado no país.
Segundo o jornal financeiro local El Cronista, Dimon discursará para funcionários do J.P. Morgan em Buenos Aires na quarta-feira. O banco tem expandido sua atuação na Argentina, um país historicamente propenso a crises econômicas, e assinou um contrato de longo prazo para alugar novos escritórios na capital argentina.
As operações do J.P. Morgan na Argentina datam da década de 1880, com a subsidiária local, que emprega milhares de pessoas, fundada em 1984. No ano passado, o banco anunciou planos para criar mais 1.500 empregos no país, demonstrando um compromisso com o mercado local.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/x/N/wsoTB7QdySbWnpQbGTtw/foto11fin-401-tldimon-c2.jpg)
O peso argentino tem sofrido forte desvalorização. Em outubro, a moeda já acumula queda de 6%, e mais de 40% no ano, sendo o pior desempenho entre as divisas de mercados emergentes. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, tem reiterado o compromisso de apoiar Milei, um aliado ideológico do ex-presidente Donald Trump, antes das eleições.
Nesta segunda-feira, o Banco Central da Argentina anunciou um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com o Tesouro dos EUA, embora os detalhes ainda sejam escassos. Bessent também coordena outra linha de crédito no mesmo valor, que seria financiada por bancos e outras instituições privadas.
Contexto Econômico e Político na Argentina
A visita de Jamie Dimon ocorre em um momento de alta volatilidade econômica na Argentina. A gestão de Javier Milei tem implementado uma série de reformas de cunho liberal, mas a instabilidade cambial e a inflação ainda representam grandes desafios. A aproximação com os Estados Unidos, que inclui o apoio do Tesouro americano, é vista como um fator crucial para a sustentação da economia argentina.
O Papel do J.P. Morgan no Mercado Argentino
O J.P. Morgan, um dos maiores bancos do mundo, tem historicamente uma presença significativa na Argentina. A expansão dos escritórios e a criação de novas vagas de emprego demonstram a confiança do banco no potencial de recuperação do país sul-americano. A visita do CEO reforça a importância estratégica da Argentina para as operações globais do J.P. Morgan.
Desafios e Perspectivas para Milei
As eleições legislativas deste domingo são vistas como um referendo sobre as políticas de Milei. Um resultado desfavorável pode dificultar a aprovação de futuras reformas e aumentar a pressão sobre o governo. A expectativa é que a visita de Dimon possa sinalizar um otimismo de investidores internacionais, apesar das incertezas.
Fonte: Valor Econômico