A Petrobras recebeu sinal verde para iniciar estudos de exploração na Bacia da Foz do Amazonas, uma região com potencial estimado de 6,2 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) recuperáveis, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A licença para perfurar o primeiro poço representa um marco para o setor, embora gere preocupações ambientais.



Potencial e Plano de Investimento da Petrobras
Com reservas provadas atuais de 11,4 bilhões de boe, a Petrobras planeja investir cerca de US$ 3 bilhões na Margem Equatorial entre 2025 e 2029. Este plano inclui a perfuração de oito poços na Bacia da Foz do Amazonas, parte de um total de 15 poços na região.
Necessidade de Novas Fronteiras Exploratórias
Especialistas, como Pedro Rodrigues da consultoria CBIE, enfatizam a importância estratégica da Foz do Amazonas para manter o Brasil como um grande produtor de petróleo. A dependência do pré-sal, que deve declinar a partir de meados da próxima década, torna a exploração de novas fronteiras essencial para a sustentabilidade da produção nacional.
“Depois das águas rasas, das águas profundas e ultraprofundas com o pré-sal na Bacia de Santos, o Brasil se tornou uma potência global. Mas esses campos todos têm uma vida útil; por isso, é preciso seguir descobrindo novas reservas”, afirma Rodrigues.

Atrasos e Comparativos Internacionais
Rodrigues aponta que o Brasil perdeu tempo valioso nos últimos dez anos discutindo o Licenciamento ambiental, contrastando com o rápido desenvolvimento de reservas por países vizinhos, como a Guiana, que viu seu PIB crescer significativamente. A liberação da licença é vista como uma vitória da ala do bom senso governamental, especialmente considerando a proximidade da COP30.
Eficiência Operacional e Impacto Econômico
Apesar das preocupações ambientais, a ABESPetro ressalta a eficiência operacional do Brasil, com baixo índice de vazamentos em campos de petróleo. Telmo Ghiorzi, presidente-executivo da associação, defende que o petróleo continuará sendo vital para a matriz energética e a geração de empregos qualificados, com impactos positivos nas regiões Norte e Nordeste do país.
“A produção de petróleo e a industrialização que ela induz são fatores imprescindíveis para que o Brasil mantenha o ritmo de criação de empregos de alta qualificação e remuneração. Isso é de particular relevância para as regiões Norte e Nordeste do país, que serão intensa e positivamente impactadas por este avanço”, destacou Ghiorzi.
A declaração de Ghiorzi sugere que a indústria petrolífera, impulsionada por avanços como este na Foz do Amazonas, continua a ser um motor de desenvolvimento socioeconômico para o Brasil, necessitando de agilidade para não perder competitividade global.
Fonte: InfoMoney