Lula defende soberania da América do Sul e critica falas “grosseiras”

Lula defende soberania sul-americana e critica falas desrespeitosas. Presidente propõe doutrina de independência para a região e reforça políticas para juventude.
soberania da América do Sul — foto ilustrativa soberania da América do Sul — foto ilustrativa
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 26/09/2025 REUTERS/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a construção de uma doutrina de independência para a América do Sul, visando evitar que líderes de outras nações se dirijam ao Brasil de forma desrespeitosa. A declaração foi feita durante um evento com estudantes em São Bernardo do Campo (SP).

Lula participou de um aulão promovido por cursinhos populares na cidade paulista, onde iniciou sua trajetória política. Ao lado dos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente foi recebido com gritos de apoio dos estudantes.

Independência e Doutrina Sul-Americana

Durante seu discurso, Lula ressaltou a importância de universidades como a Universidade de Integração Latino-Americana, em Foz do Iguaçu (PR). Foi nesse contexto que ele expressou o desejo de formar uma doutrina conjunta com professores e alunos da América Latina. “A gente quer formar uma doutrina latino-americana, com professores latino-americanos, com estudantes latino-americanos, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente e que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil porque a gente não vai aceitar”, afirmou Lula, sendo aplaudido pelos presentes.

Lula discursa em evento com estudantes em São Bernardo do Campo.
Presidente Lula discursou para estudantes em São Bernardo do Campo.

O presidente enfatizou que a postura não se trata de coragem, mas sim de dignidade e caráter, qualidades que, segundo ele, não podem ser compradas.

Críticas à Classe Política e Propostas para a Juventude

Lula incentivou os jovens a se engajarem na política e aproveitou para criticar a atual classe política, especialmente após a aprovação da PEC da Blindagem pela Câmara dos Deputados, que foi posteriormente vetada pelo Senado. Ele reiterou sua visão de que o Congresso Nacional atingiu um baixo nível.

“Se eu cheguei [à Presidência], vocês também podem chegar”, declarou. “Vocês não podem desanimar. Quando vocês perceberem que a classe política não representa vocês, pelo amor de Deus, não desanimem. Quando vocês verem que a classe política está querendo aprovar uma lei que garanta impunidade para ladrão, não desistam. O político bom está dentro de vocês, não dentro deles”, complementou.

O presidente anunciou também a intenção de tornar o programa Pé-de-Meia, destinado a estudantes do ensino médio, universal. Ele antecipou possíveis Críticas vindas do mercado financeiro, como os de Faria Lima, que poderiam argumentar contra o investimento de R$ 13 bilhões. Lula defendeu que o valor é um investimento na Juventude, e não um gasto para beneficiar o setor financeiro.

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em discurso sobre relações internacionais.
Cena relacionada a tensões diplomáticas na América do Sul.

Pacto do Governo: “Pobre no Orçamento, Rico no Imposto”

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o lema do governo de colocar “o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”, indicando a necessidade de contribuição dos mais abastados. O ministro também comparou a reserva de 50% das vagas universitárias para estudantes de escola pública a uma reforma agrária no Acesso ao ensino superior.

Camilo Santana, Ministro da Educação, anunciou planos para expandir o apoio à Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). O Ministério da Educação pretende repassar R$ 74 milhões a 384 cursinhos até o final de 2025, com projeção de aumentar o investimento para R$ 108 milhões em 2026, contemplando até 500 instituições.

O evento contou com aulas de Física e Redação para os estudantes, que aguardam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em novembro. O presidente Lula já caminha para indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), apesar de uma faixa pedindo a indicação de uma mulher negra para o cargo.

Fonte: InfoMoney

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