Os juros futuros iniciaram a sessão desta segunda-feira em baixa, impulsionados pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, confirmou um encontro esta semana com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, gerando otimismo nos mercados.
Relatório Focus Traz Alívio na Inflação Futura
O cenário de otimismo foi reforçado pelas expectativas de inflação apresentadas no relatório Focus, divulgado pelo Banco Central. Houve uma redução significativa na projeção do IPCA para 2027, caindo de 3,90% para 3,83%. Ajustes menores também foram observados para os dois anos anteriores: a estimativa para 2025 passou de 4,72% para 4,70%, e para 2026, de 4,28% para 4,27%. Essas projeções mais baixas tendem a pressionar os juros futuros para baixo.
Por volta das 9h20, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 registrava leve queda, saindo de 14,015% para 14,00%. O DI de janeiro de 2029 recuava de 13,335% para 13,29%, e o DI de janeiro de 2031 baixava de 13,61% para 13,56%, refletindo a expectativa por juros menores no longo prazo.
Mercado Externo e Cenário de Risco
Nos Estados Unidos, as taxas dos títulos do Tesouro apresentavam movimentos discretos no início da manhã. O rendimento da T-note de dez anos oscilava entre 4,014% e 4,011%. O alívio nas tensões comerciais globais contribuiu para uma postura mais cautelosa dos investidores, com menor aversão ao risco.
A confirmação do encontro entre autoridades americanas e chinesas ameniza preocupações sobre uma escalada de tarifas e restrições comerciais, que poderiam impactar negativamente o crescimento econômico global e, consequentemente, o cenário inflacionário. Esse cenário externo favorável permite que o Mercado doméstico absorva melhor os dados do relatório Focus.
Impacto no Mercado Brasileiro
A combinação de dados internos mais favoráveis sobre a inflação futura e o alívio nas tensões comerciais internacionais cria um ambiente propício para a continuidade da queda dos juros futuros no Brasil. Analistas de mercado acreditam que, caso a tendência de desinflação se mantenha e o cenário externo continue ameno, o Banco Central poderá ter mais espaço para discutir cortes adicionais na taxa Selic em reuniões futuras.
A decisão sobre a política monetária futura dependerá da evolução dos indicadores de inflação, das expectativas de mercado e do cenário fiscal. O governo federal e o Congresso Nacional também terão papel fundamental na condução da economia.
Fonte: Valor Econômico