China: Crescimento desacelera com Guerra Comercial e Demanda Fraca

Economia da China desacelera para o ritmo mais fraco em um ano, com demanda fraca e guerra comercial destacando riscos estruturais e necessidade de apoio ao consumo.
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O crescimento econômico da China registrou seu ritmo mais fraco em um ano no terceiro trimestre. A demanda doméstica instável tem levado o país a depender fortemente de suas fábricas exportadoras, intensificando preocupações sobre o aprofundamento de desequilíbrios estruturais.

Impacto da Guerra Comercial e Demanda Doméstica Fraca

A taxa de crescimento de 4,8% no terceiro trimestre, embora em linha com as expectativas e mantendo a China no caminho para atingir sua meta de aproximadamente 5% para o ano, acende um alerta. A dependência da economia nas exportações, em um cenário de crescentes tensões comerciais com Washington, levanta dúvidas sobre a sustentabilidade desse ritmo. Especialistas apontam que Pequim pode estar utilizando essa resiliência como estratégia nas negociações com autoridades americanas.

Economia da China desacelera com guerra comercial e demanda fraca
Crescimento da China é impactado por tensões comerciais e demanda interna baixa.

Cenário para Exportadores Chineses

O diretor de vendas de uma fabricante chinesa de produtos de alumínio, Jeremy Fang, relata uma perda de 20% na Receita. As vendas para mercados como América Latina, África, Sudeste Asiático, Turquia e Oriente Médio não foram suficientes para compensar uma queda de 80% a 90% nos pedidos dos Estados Unidos. Fang mencionou a necessidade de aprender espanhol e viajar mais para competir em mercados fora dos EUA, destacando a intensa concorrência entre exportadores chineses.

“É preciso ser implacavelmente competitivo em termos de preço”, afirmou Fang. Ele ressalta que, diante da pressão por descontos, é crucial aceitar os pedidos para manter o fluxo de negócios, mesmo que a margem de lucro seja reduzida.

Desaceleração do Varejo e Imobiliário

Embora a produção industrial tenha apresentado um crescimento robusto de 6,5% em setembro, superando as previsões, as vendas no varejo desaceleraram significativamente para 3,0%, a menor taxa em 10 meses. Adicionalmente, os preços das casas novas caíram em seu ritmo mais acelerado em 11 meses em setembro. O investimento no setor imobiliário, já abalado por uma crise, registrou uma queda de 13,9% nos primeiros três trimestres do ano em comparação com o período anterior.

Riscos Estruturais e Perspectivas Futuras

Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics, alerta que o crescimento da China está cada vez mais dependente das exportações, o que mascara a desaceleração da demanda interna. Ele considera esse padrão de desenvolvimento insustentável, com o risco de uma desaceleração ainda maior no médio prazo, a menos que o Governo adote medidas mais proativas para estimular os gastos dos consumidores.

Fonte: G1

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