Brasil: Gastos Eleitorais Ignoram Futuro em Busca de Votos em 2026

Governo Lula aumenta gastos e usa fundos para impulsionar economia visando 2026, enquanto dívida pública cresce. Saiba os detalhes.
gastos eleitorais Brasil 2026 — foto ilustrativa gastos eleitorais Brasil 2026 — foto ilustrativa

Em meio a um cenário econômico que apresenta indicadores positivos como crescimento do PIB e baixa inflação, uma estratégia de curto prazo parece dominar as ações governamentais visando as eleições de 2026. Essa abordagem, que remonta a práticas passadas, prioriza a sensação imediata do eleitor em detrimento de um planejamento futuro.

A economia brasileira tem demonstrado resiliência, com o Produto Interno Bruto (PIB) apresentando um crescimento superior a 18% desde a queda de 2020, impulsionada pela pandemia. A inflação, embora ainda seja um ponto de atenção, registrou uma taxa anual ligeiramente inferior à média da última década. Adicionalmente, o desemprego atingiu seu menor patamar histórico, com um rendimento médio real robusto. No entanto, percebe-se uma desconexão entre esses dados macroeconômicos e a percepção do eleitorado.

Pesquisas recentes indicam que uma parcela significativa dos brasileiros percebe um aumento nos preços de alimentos, mesmo diante de resultados negativos no índice oficial do IPCA para o setor nos últimos meses. Essa dissonância cognitiva sugere que a percepção de melhora econômica precisa ser ativamente trabalhada, e a estratégia eleita tem sido o aumento dos gastos públicos.

Avanço dos Gastos Públicos e o Retorno da Criatividade Contábil

Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os gastos do governo central acumularam um crescimento expressivo de 28,2% em 12 meses. Com o Orçamento da União enfrentando restrições, o governo tem recorrido a manobras contábeis e ao uso de fundos de financiamento para custear despesas, evitando assim o controle da meta fiscal. Um exemplo notório é o Fundo Social (FS) do Pré-Sal.

Em julho, a Lei n.º 15.164 flexibilizou o uso deste fundo, permitindo o financiamento de diversas despesas correntes, incluindo um programa de reformas em residências. Essa medida se soma a outras iniciativas que utilizam receitas de fundos previamente alocados. Em vez de destinar esses recursos para a redução da dívida pública, a prioridade tem sido o gasto eleitoral, visando impactar diretamente a percepção do eleitor.

Impacto do Novo Crédito Imobiliário e o Banco Central

O recém-anunciado modelo de crédito imobiliário, apresentado em outubro, também aponta para uma estratégia de curto prazo. O Banco Central do Brasil, responsável pela política de juros, autorizou a redução do compulsório das cadernetas de poupança. Essa medida visa impulsionar a oferta de crédito para o setor imobiliário, uma área sensível à economia e ao bolso do cidadão, com o objetivo de estimular o emprego e a renda – um efeito contrário ao buscado com a elevação dos juros.

Essas ações, caracterizadas como manobras de curto prazo, têm como objetivo principal conquistar a Confiança e o voto do eleitorado em 2026. O saldo dessas políticas, no entanto, é um aumento acelerado da dívida pública, cujas consequências podem ser sentidas no futuro. A prioridade atual parece ser a sensação de melhora econômica imediata, deixando as preocupações futuras para um momento posterior.

Fonte: Estadão

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