Moraes arquiva investigação contra Tarcísio de Freitas por obstrução da Justiça

Alexandre de Moraes, do STF, arquiva pedido de investigação contra Tarcísio de Freitas por suposta obstrução de Justiça, seguindo manifestação da PGR.
Investigação contra Tarcísio de Freitas — foto ilustrativa Investigação contra Tarcísio de Freitas — foto ilustrativa

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu à solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou o arquivamento de um pedido para investigar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suposta obstrução de Justiça.

A decisão atende a um pedido feito pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que buscava a apuração contra Tarcísio de Freitas após uma mobilização junto a parlamentares pela votação de anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro. Tarcísio de Freitas, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esteve em Brasília para articular a aprovação do projeto de anistia às vésperas da condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e crimes correlatos, que resultou em pena de 27 anos e três meses de Prisão.

Posição da PGR sobre a investigação

Em manifestação enviada a Moraes, a PGR argumentou que o representante do Partido dos Trabalhadores não possui a prerrogativa de solicitar a abertura de apuração criminal. Segundo a Procuradoria, essa atribuição compete exclusivamente ao Ministério Público, que decide pelo oferecimento de denúncia ou pela solicitação de arquivamento de inquéritos ou peças de informação.

Adicionalmente, a PGR destacou que as informações apresentadas na representação de Falcão não continham elementos informativos mínimos que indicassem a ocorrência de ilícito penal, justificando a deflagração da investigação pretendida.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi alvo de pedido de investigação.

Alegações na Representação

O documento protocolado por Rui Falcão alegava que a presença de Tarcísio de Freitas em Brasília visava mobilizar apoio parlamentar para uma anistia ampla, servindo como um “pedágio” para viabilizar sua candidatura à Presidência com o apoio da extrema direita. O petista sustentou que o episódio ultrapassava a liberdade de expressão ou atuação política, configurando uma “interferência direta na jurisdição, tentando fragilizar a autoridade da corte”.

A petição foi direcionada a Alexandre de Moraes, que é o relator da ação que trata da tentativa de golpe de Estado. O ministro ainda não havia se manifestado sobre o caso até a determinação de arquivamento.

Este arquivamento demonstra a postura do STF em relação a acusações de interferência em processos judiciais, reforçando a separação de poderes e a autonomia do Judiciário.

Fonte: Folha de S.Paulo

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