Secretário de Fazenda de Maringá suspeito de lavar dinheiro do PCC

Secretário de Fazenda de Maringá, Carlos Augusto Ferreira, é alvo da Operação Mafiusi por suspeita de lavar dinheiro do PCC através da fintech Pinbank. Entenda os detalhes.
Secretário de Fazenda Maringá PCC — foto ilustrativa Secretário de Fazenda Maringá PCC — foto ilustrativa

Carlos Augusto Ferreira, conhecido como “Carlão Pim”, secretário da Fazenda de Maringá (PR), foi alvo da Operação Mafiusi, deflagrada pela Polícia Federal sob suspeita de envolvimento com o núcleo financeiro de um esquema de tráfico Internacional de cocaína, operado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e pela máfia italiana.

O secretário solicitou licença para cuidar de sua Defesa, buscando demonstrar sua total isenção e ausência de ligação com os fatos sob investigação. A PF realizou buscas em sua residência e apreendeu três carros de luxo: uma Ferrari, uma Porsche e uma Mercedes-Benz.

Pinbank e a Suspeita de Lavagem de Dinheiro

Carlos Augusto Ferreira é apontado como o proprietário da Pinbank, uma fintech que, segundo a Polícia Federal, teria sido utilizada para lavar dinheiro proveniente do crime organizado. Em nota, a Pinbank declarou que Ferreira atuou como consultor na instituição por apenas 18 dias em 2024 e que não possui mais nenhum vínculo com ele.

Conexão com o PCC e Operações Financeiras

A investigação da PF ganhou força a partir de conversas encontradas no celular de Klaus Cristhian Volker, suposto operador do PCC preso na operação. O contato de Klaus estava salvo como “Carlão Pim”. Em diálogos datados de abril de 2024, Ferreira explicava o funcionamento da Pinbank:

“A gente praticamente é um banco múltiplo sem ser um banco múltiplo. Estamos ainda na categoria de instituição de pagamento. Somos PIX direto. A gente trabalha com as três maiores apostas esportivas hoje, que é a Betano, a Bet365 e a Sporting Bet”.

Em dezembro de 2022, Klaus solicitou auxílio para movimentar R$ 40 mil sem ser identificado. Ferreira se prontificou a ajudar, pedindo que o avisasse se houvesse outro colega para agilizar a operação. Em abril de 2023, Klaus pediu ajuda novamente a Carlos Augusto para justificar a entrada de R$ 1 milhão em sua conta pessoal, e também tentou negociar um desconto na comissão cobrada, mencionando que o dinheiro seria para uma “estrela”, que seria uma distribuidora de combustíveis usada para lavar dinheiro.

Análise da Polícia Federal e Próximos Passos

Essas conversas levaram a Polícia Federal a suspeitar que o secretário tinha ciência da origem ilícita dos recursos movimentados pela Pinbank. O material apreendido durante a operação será analisado para determinar a extensão do envolvimento de Ferreira no esquema investigado na Mafiusi.

Declaração do Secretário Carlos Augusto Ferreira

Em sua manifestação, Carlos Augusto Ferreira afirmou ter sido surpreendido pela operação e que se colocou à disposição das autoridades. Ele declarou desconhecer os detalhes do inquérito, que corre sob sigilo na 23ª Vara Federal de Curitiba, e que os fatos investigados datam de 2022. Ferreira assegurou que nada ilícito foi encontrado em sua residência e que buscará esclarecer os fatos com seu advogado. Ele ressaltou seu histórico profissional como Executivo Sênior e Empreendedor, sem mazelas identificadas. Ferreira solicitou licença da Secretaria Municipal da Fazenda para compreender o inquérito e providenciar sua Defesa, o que, segundo ele, demonstrará sua total isenção e ausência de ligação com os fatos.

Posicionamento da Pinbank

O Pinbank comunicou que Carlos Augusto Ferreira foi indicado em 17 de abril de 2024 para Diretor-Presidente, atuando como consultor por 18 dias. Contudo, a designação não foi efetivada por não atender requisitos formais. A instituição enfatizou não ter qualquer vínculo atual com o secretário e reiterou seu compromisso com a transparência e colaboração com as autoridades.

Fonte: Estadão

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