Ibovespa: Bolsa sobe para 143 mil pontos com NY e tensões globais

Ibovespa sobe para 143 mil pontos impulsionado por sinais positivos nas relações EUA-China e alívio em tensões globais. Veja a análise.
Ibovespa — foto ilustrativa Ibovespa — foto ilustrativa

Após iniciar o pregão em queda, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, reverteu o movimento e alcançou 143 mil pontos. A recuperação foi impulsionada por sinais de melhora nas relações sino-americanas e pela releitura do cenário externo pelos investidores. A agenda econômica doméstica esvaziada e o vencimento de opções sobre ações contribuíram para a volatilidade.

Ainda no radar, as incertezas fiscais e políticas no Brasil permanecem como pontos de atenção. O governo busca alternativas para compensar receitas após a derrubada de uma Medida Provisória que visava aumentar o IOF, gerando receio sobre possíveis mudanças na meta fiscal para 2026.

O setor financeiro internacional também direcionou o foco dos mercados. Denúncias de fraudes em bancos regionais americanos levantaram preocupações sobre o aumento dos riscos de crédito. Nos Estados Unidos, a paralisia governamental sob a administração Trump tem impactado a divulgação de dados econômicos cruciais.

No cenário global, um discurso de um dirigente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, antes do período de silêncio pré-decisão sobre juros, foi acompanhado de perto. Alberto Musalem, de St. Louis, participou de um painel do FMI. Paralelamente, o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, também marcou presença nas reuniões anuais do FMI em Washington.

“Desde ontem essa questão dos bancos regionais está afetando as praças do mundo inteiro. Vira e mexe esse assunto vem à tona. Já é um problema mapeado, não dá para fazer tempestade em copo d’água. Investidores ficam se coçando para realizar lucros”, avalia Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Apesar da cautela com o setor financeiro, houve um alívio nos mercados internacionais após o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar à Fox Business que as tarifas impostas a produtos chineses podem não ser mantidas, afirmando que “tudo ficará bem” entre os dois países. A expectativa de um contato telefônico entre Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, e He Lifeng, vice-primeiro-ministro chinês, também contribuiu para o otimismo.

Gráfico do desempenho do Ibovespa em alta, refletindo a recuperação do mercado.
Ibovespa recupera terreno em dia de volatilidade.

As negociações comerciais envolvendo o Brasil também ganharam destaque. O chanceler Mauro Vieira classificou como positiva uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington, destacando a construção de uma agenda conjunta e o interesse em um encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump ainda este mês.

“Assim, tudo indica que a aproximação entre o governo brasileiro e o americano continua a evoluir positivamente, o que não é garantia quanto ao resultado do processo”, pontua a 4Intelligence em nota.

No pregão de quinta-feira, o Ibovespa fechou em leve queda de 0,28%, aos 142.200,02 pontos. Já nesta sexta-feira, o índice subia 0,57%, atingindo a máxima de 143.008,85 pontos.

As ações da Petrobras (PETR4 e PETR3) impulsionavam o setor de energia, enquanto Vale (VALE3) reduzia sua queda em dia de baixa do minério de ferro. Entre os grandes bancos, Bradesco (BBDC4), após uma queda inicial, passava a avançar cerca de 0,80%.

Ilustração do impacto do dólar nos investimentos e na economia global.
A volatilidade do dólar e o cenário internacional afetam os mercados.

A atenção dos mercados brasileiros também se volta para o cenário político interno. A busca por soluções para o ajuste fiscal, diante da derrubada da MP do IOF, e a possibilidade de alteração das metas fiscais para 2026, criam um ambiente de incerteza que pode impactar a confiança dos investidores e a trajetória do índice.

Gráfico comparativo de moedas e mercados globais.
Análise comparativa de mercados globais em meio a tensões comerciais.

A Reforma Tributária, embora não diretamente ligada a este movimento específico, continua a ser um tema central para o futuro da economia brasileira, com potenciais impactos na atratividade do país para investimentos e na competitividade das empresas.

Fonte: InfoMoney

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