Dólar cai com cenário internacional e Brasil articula acordos comerciais

Dólar recua ante incertezas globais e articulação comercial Brasil-EUA. Queda do petróleo e tensões EUA-China também influenciam o mercado.
Dólar em queda — foto ilustrativa Dólar em queda — foto ilustrativa

O dólar iniciou a sessão desta sexta-feira (17) em queda, negociado a R$ 5,4350, registrando um recuo de 0,13% por volta das 9h15. Os investidores mantêm o foco na agenda diplomática dos Estados Unidos e nas movimentações econômicas internas do Brasil. Enquanto Brasília e Washington discutem uma nova rodada de negociações comerciais, o cenário global é marcado por tensões geopolíticas e pela expectativa de encontros entre líderes de potências.

Gráfico mostrando a variação do dólar em relação ao real.
Dólar inicia o dia em queda no mercado cambial.

Brasil e EUA reforçam diálogo comercial

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que Brasil e Estados Unidos darão início a uma série de reuniões para discutir acordos comerciais nas próximas semanas. Vieira destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar em breve. O chanceler brasileiro classificou seu encontro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na Casa Branca, como “ótimo” e “produtivo”, definindo um canal direto de contato entre os dois governos.

Durante a reunião, que durou pouco mais de uma hora, o foco principal foi o comércio bilateral, com ênfase nos pedidos brasileiros para a revisão de tarifas e sanções impostas por Washington. As delegações começaram a construir um cronograma de negociações, com uma primeira reunião técnica virtual prevista para os próximos dias. Rubio descreveu o encontro como “muito positivo”, reforçando o compromisso de manter o diálogo aberto com o Brasil.

Além disso, os dois países trabalham para viabilizar um encontro presencial entre Lula e Trump assim que possível. A reunião contou com a presença do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, e foi marcada por uma postura construtiva, alinhada com a retomada das negociações.

Foto do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.
Ministro Mauro Vieira busca estreitar laços comerciais com os EUA.

Tensão comercial entre EUA e China impacta mercados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu que a tarifa de 100% sobre produtos chineses não é sustentável, mas justificou a medida como resposta à postura da China, ressaltando a necessidade de um acordo justo. Em Entrevista, Trump mencionou que busca vantagem nas negociações e que ainda não há um desfecho para o conflito comercial. Ele confirmou um possível encontro com o presidente Xi Jinping nas próximas duas semanas para discutir o tema.

Por sua vez, a missão da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) acusou os Estados Unidos de enfraquecerem o sistema de comércio multilateral com políticas discriminatórias e tarifas de retaliação. Pequim promete divulgar um relatório avaliando o cumprimento das regras da OMC pelos EUA, renovando apelos para que Washington respeite as normas internacionais e coopere no fortalecimento da governança econômica global.

Sede da Organização Mundial do Comércio (OMC).
OMC é palco de tensões comerciais entre EUA e China.

Paralisação do governo dos EUA e incerteza econômica

A paralisação do governo americano (shutdown) chega ao 17º dia sem previsão de resolução, afetando milhões de cidadãos, incluindo militares e beneficiários de programas sociais. Embora o Departamento de Defesa tenha conseguido realocar recursos para pagamentos de militares em outubro, há incerteza sobre os salários futuros. O programa de assistência alimentar SNAP, que atende 42 milhões de pessoas, pode não ter fundos suficientes para os benefícios de novembro.

O Senado agendou nova votação para a reabertura do governo na próxima segunda-feira (20). Se o impasse persistir, será a terceira paralisação mais longa da história dos EUA. A incerteza se intensifica, com famílias preocupadas com despesas básicas, especialmente com a aproximação do inverno.

Mercados globais sob pressão

Em Wall Street, a preocupação aumenta com uma série de empréstimos bancários de grande porte que não tiveram o retorno esperado, levantando dúvidas sobre a saúde do sistema financeiro. Os índices futuros das bolsas americanas apontam para uma abertura em queda nesta sexta-feira.

Na Europa, a possibilidade de uma reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin na Hungria para discutir a guerra na Ucrânia gerou cautela, afetando especialmente ações de empresas de defesa. Os principais índices europeus registram perdas significativas.

As bolsas asiáticas fecharam em queda, com destaque para China e Hong Kong, registrando as maiores perdas semanais desde abril. A cautela dos investidores aumentou diante das incertezas comerciais e da realização de lucros em ações de inteligência artificial.

Bolsas de valores mundiais em queda.
Mercados globais operam com cautela e perdas.

Fonte: G1

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