O UBS Brasil decidiu reduzir sua exposição a créditos concedidos pelo empresário Nelson Tanure ao Credit Suisse, banco suíço adquirido pelo UBS em 2023. Como parte dessa estratégia, o UBS desfez uma operação de crédito que utilizava ações da Prio como garantia, culminando na venda de uma parcela significativa dessas ações na semana passada.
A Prio comunicou ao mercado na segunda-feira, 13, que o banco suíço diminuiu sua participação em derivativos referenciados em ações da companhia. Na quarta-feira, 14, em um novo comunicado, o UBS Brasil confirmou uma participação consolidada de 6,43% em tais derivativos.
Prio: Um caso de sucesso sob Nelson Tanure
A Prio se consolidou como um dos maiores casos de sucesso nos investimentos de Nelson Tanure em empresas com dificuldades. Desde 2013, quando a antiga HRT foi adquirida pelo empresário, a empresa passou por uma profunda transformação. Atualmente, a Prio ostenta um Valor de mercado próximo a R$ 32 bilhões, firmando-se como uma das principais exploradoras e produtoras privadas de petróleo no Brasil.
Perda de controle da Emae e outros desafios
A decisão do UBS de diminuir a exposição a Nelson Tanure surge em meio a uma série de recentes acontecimentos envolvendo o empresário e suas empresas. No início deste mês, Tanure perdeu o controle da Emae, empresa de energia privatizada pelo governo de São Paulo no ano passado. Essa perda ocorreu após o vencimento antecipado de um empréstimo de R$ 520 milhões, cujos papéis eram garantidos por ações da Emae e da Ambipar.
A Ambipar, por sua vez, está em processo de reestruturação de uma dívida bilionária e se aproxima de um pedido de recuperação judicial. O vencimento antecipado das debêntures da Emae foi acionado porque a Phoenix Água e Energia, holding controladora da Emae e com Tanure como principal acionista, falhou em honrar um compromisso de cerca de R$ 130 milhões. As ações da Emae, que serviam como garantia, foram adquiridas pela Sabesp, que agora detém o controle da empresa.
Credores monitoravam os movimentos da Emae há pelo menos seis meses, incluindo questionamentos sobre o uso do caixa da companhia. Um acordo notável, revelado anteriormente, envolvia a compra de R$ 250 milhões em debêntures conversíveis, bônus de subscrição e títulos de dívida da Light, empresa na qual Tanure também figura como acionista de referência.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Nelson Tanure contestou as informações apuradas. O UBS optou por não comentar o caso, e a Prio não respondeu até o momento da publicação desta matéria.
Fonte: Estadão