O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), adiou a sessão que analisaria vetos do projeto de lei do Licenciamento ambiental. A decisão sobre a votação, inicialmente marcada para quinta-feira (16), ocorreu após incertezas e articulações políticas.

Congresso Nacional e o Licenciamento Ambiental
A sessão conjunta do Congresso previa a votação de vetos relacionados ao projeto de lei do licenciamento ambiental e também do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026. Contudo, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não conseguiu votar o PLDO a tempo, impactando a pauta da sessão conjunta.
Articulações e Pressões Políticas
O líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), já havia manifestado a necessidade de adiamento. Ele argumentou a ausência de acordo sobre os vetos com a senadora Tereza Cristina (PP-MS), que coordena as negociações com a Coalizão das Frentes Produtivas. Aliados de Alcolumbre também defendiam a postergação para que o PLDO fosse votado em conjunto.
No final da tarde de quarta-feira, Davi Alcolumbre cancelou as votações do plenário do Senado. Rumores indicavam um possível encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada, para discutir a indicação de um aliado de Alcolumbre, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Senadores de diversas bancadas informaram que a sessão de vetos foi adiada pela Falta de consenso. Houve até brincadeiras sobre o assunto, com senadores comentando que a votação já estava cancelada.
Questionado por jornalistas, Alcolumbre negou o cancelamento inicial, demonstrando irritação e reforçando sua prerrogativa como presidente do Congresso para gerenciar as sessões. Tereza Cristina foi chamada ao gabinete de Alcolumbre e, ao sair, confirmou a manutenção da sessão, mas evitou detalhes sobre os vetos.
Ceticismo e Cancelamento Oficial
Apesar das declarações, senadores da oposição relataram ter sido informados sobre o cancelamento por mensagem. No entanto, Alcolumbre manteve a sessão para a manhã seguinte. O clima de ceticismo prevalecia, com receio de uma derrubada em massa dos vetos, o que seria desfavorável ao governo, especialmente às vésperas da COP30 em Belém.
Confirmando as expectativas, Alcolumbre cancelou oficialmente a sessão pela manhã, alegando um pedido do governo. Fontes já indicavam essa possibilidade.
O Papel de Pacheco na Indicação ao STF
Internamente, a avaliação é que Alcolumbre se sentiu desautorizado e busca usar a situação para pressionar Lula a indicar Rodrigo Pacheco para o STF. Alcolumbre negou que estivesse tentando influenciar Lula sobre a indicação de Pacheco para a vaga de Luís Roberto Barroso, que anunciou Aposentadoria antecipada.
O presidente do Senado busca uma conversa com Lula nos próximos dias. Diversas pautas importantes para o governo dependem da sua concordância, como o PLDO, a análise de vetos, o projeto de ampliação da isenção do Imposto de Renda e a viabilização de medidas provisórias.
Fonte: InfoMoney