O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quinta-feira (16) com o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, e lideranças evangélicas no Palácio do Planalto. Messias, que é evangélico, é um dos nomes cotados para ocupar uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), com a Aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.

Participaram do encontro no gabinete presidencial o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, e o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP). A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) também esteve presente.
Apoio a Jorge Messias no STF
O nome de Jorge Messias para o STF conta com o apoio de membros da bancada evangélica no Congresso, incluindo parlamentares que não pertencem à base governista. O AGU já foi acionado pelo Governo Lula em outras ocasiões para construir pontes com a bancada e com a população evangélica.
Em suas redes sociais, Lula descreveu o encontro como “especial, de emoção e fé”. Ele destacou o crescimento da igreja evangélica no país e o acolhimento aos fiéis, reiterando o respeito pela Assembleia de Deus e pelo trabalho espiritual e social promovido pela igreja. “Um trabalho pautado em valores cristãos que também mobilizam as ações do nosso governo: respeito, fraternidade, comunhão e apoio às famílias”, declarou o presidente.
Lula relatou ter recebido presentes durante a reunião, incluindo a Bíblia do Culto do Ministro e a edição de ouro do Centenário de Glória da Igreja. Uma oração foi realizada durante o encontro.

Visita de Cortesia e Diálogo com Evangélicos
Após o encontro, o deputado Cezinha de Madureira afirmou que a reunião foi uma visita de cortesia e negou que tenham discutido a indicação para o STF. “Nós estamos num período um pouco conturbado em tudo que está acontecendo e nós oramos pelo presidente, só isso. Nós não viemos aqui pedir nada. Por ninguém. Nós nunca pedimos nada. Nós fomos convidados pelo presidente da República e aqui estamos para acreditá-los”, declarou o deputado.
Aceno Político aos Evangélicos
A reunião ocorre em um momento em que o presidente Lula busca fortalecer sua relação com o eleitorado evangélico. Pesquisas recentes indicam que Lula ainda enfrenta uma desaprovação maior entre esse grupo (63% de desaprovação contra 34% de aprovação, segundo a Quaest).
Em setembro, Lula criticou o uso político de crenças religiosas, afirmando que a religião não deve ser explorada eleitoralmente. Essa declaração foi feita durante uma Entrevista ao podcast Papo de Crente. No entanto, durante a campanha eleitoral de 2022, Lula apresentou uma “Carta Compromisso com os Evangélicos”, que defendia a liberdade religiosa e se posicionava contra o aborto, pautas relevantes para esse segmento do eleitorado.
Desde o início de seu terceiro mandato, Lula tem realizado diversos gestos em direção ao público evangélico, que majoritariamente votou em Jair Bolsonaro em 2022. Esses gestos incluem a inclusão de citações religiosas em seus discursos e o recebimento de lideranças religiosas no Palácio do Planalto, buscando construir pontes e ampliar o diálogo com essa importante parcela da sociedade brasileira.
Fonte: G1