O Governo Federal avalizou um Empréstimo de R$ 20 bilhões para os Correios, buscando evitar um aporte direto do Tesouro Nacional na estatal. A medida surge após o Governo Lula perceber a gravidade da crise na empresa apenas no décimo mês de seu terceiro mandato. A gestão anterior manteve na presidência Fabiano Silva dos Santos até setembro, quando Emmanuel Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu com a missão de reestruturar a companhia.
O empréstimo, com aval do governo, visa alongar dívidas, reduzir custos financeiros e pagar fornecedores, reativando a cadeia de serviços. Embora benéfico para a empresa em termos de fluxo de caixa, o risco e os juros da operação recaem sobre o contribuinte. Críticas à gestão anterior focam no período de alta das receitas durante a pandemia, impulsionadas pelo isolamento social.
Embora as receitas líquidas tenham batido Recorde em 2021, alcançando R$ 21,3 bilhões, as despesas gerais e administrativas dos Correios dispararam. Elas saltaram de R$ 2,5 bilhões em 2018 para R$ 4,73 bilhões em 2024, um aumento de 89%, muito acima da inflação acumulada no período. No primeiro semestre de 2025, esses gastos atingiram R$ 3,4 bilhões, contribuindo para um rombo de R$ 4,37 bilhões, triplicando o valor do ano anterior.
Interferência Política e Desafios Estruturais
A estatal é cobiçada por políticos em Brasília devido à sua capilaridade nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria entregue a condução dos Correios ao União Brasil, partido que tem ditado as diretrizes da companhia. A empresa enfrenta um problema estrutural ao ter a obrigatoriedade de oferecer serviço em todo o território nacional, o que é extremamente custoso, ao mesmo tempo em que compete com empresas privadas mais ágeis em gestão.
O Caminho para a Recuperação
Há incertezas sobre a capacidade de recuperação dos Correios. O cenário ideal seria a empresa voltar ao azul e, em seguida, implementar um plano de privatização ou fatiamento com venda de ativos. A venda de ativos ou a divisão da empresa em unidades de negócio poderiam otimizar a gestão e atrair investimentos, garantindo a sustentabilidade da operação a longo prazo.
Fonte: Estadão