A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a reabertura da investigação que apura a suspeita de interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal. O procurador-geral, Paulo Gonet, argumentou pela necessidade de diligências complementares para uma análise mais aprofundada dos fatos.
Gonet destacou a importância de esclarecer uma possível conexão entre este caso e o inquérito da “Abin Paralela”, que investiga o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência durante o Governo Bolsonaro. A inclusão de novos elementos visa a uma compreensão mais abrangente das ações.
O inquérito original foi instaurado em 2020, após acusações do senador Sergio Moro, que alegou tentativas de interferência por parte de Bolsonaro em trabalhos da PF. Na época, a Polícia Federal concluiu que não houve crimes cometidos pelo então presidente e o procurador-geral Augusto Aras pediu o arquivamento do caso.
Em sua manifestação ao STF, Gonet enfatizou ser “imprescindível que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferências” por parte de Bolsonaro em investigações, com possível uso da estrutura do Estado e obtenção clandestina de dados sensíveis.
O procurador-geral pediu que os autos retornem à Polícia Federal. A solicitação visa permitir que o delegado responsável cote a investigação atual com os elementos das Petições n. 12.732 e 11.108. Essas petições tratam da investigação de uma organização criminosa suspeita de ataques sistemáticos a autoridades, ao sistema eleitoral e a instituições públicas, utilizando obtenção clandestina de dados sensíveis, disseminação de notícias falsas (fake news) e o uso das estruturas da ABIN e do GSI.
Fonte: Estadão